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Israel mata quase cem jornalistas em Gaza em menos de três meses

Jornalistas protestam contra o assassinato de colegas por Israel em Gaza, na cidade de Paris, França, em 17 de dezembro de 2023 [Remon Haazen/Getty Images]

O escritório de imprensa do governo em Gaza reportou nesta terça-feira (19) que o número de jornalistas assassinados por Israel desde o início dos bombardeios ao enclave sitiado, em 7 de outubro, chegou a 97 vítimas.

A morte mais recente é de Adel Zoroub, quando a casa de sua família em Rafah, no extremo sul de Gaza, foi bombardeada.

“Forças da ocupação israelense matam deliberadamente trabalhadores de imprensa, com o intuito de suprimir a narrativa palestina, obscurecer a verdade e obstruir o envio de notícias e informações ao mundo”, declarou o comunicado.

No mesmo contexto, o Clube dos Prisioneiros Palestinos (PPC), ong que monitora violações contra presos políticos em custódia de Israel, informou nesta segunda-feira (18) que forças ocupantes detiveram arbitrariamente 46 jornalistas desde 7 de outubro.

Ao menos 32 repórteres continuam detidos. Dezenove foram transferidos à detenção administrativa — sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição —, sob o pretexto de posse de “evidências sensíveis” ou “incitação nas redes sociais”.

Segundo a nota, alguns repórteres foram presos após campanhas de perseguição online de páginas sionistas.

A jornalista Sumaya Jawabra, por exemplo, foi presa apesar de estar grávida de sete meses. Mais tarde, foi transferida a prisão domiciliar sem prazo definido.

Moaz Amarneh (36), da cidade de Belém, na Cisjordânia ocupada, sofre sofre tortura nas mãos de seus carcereiros, na infame penitenciária de Megiddo.

“Amarneh está em detenção administrativa desde 16 de outubro”, reportou o PPC. “Está submetido a abuso e tortura, assim como todos os detidos”.

“Amarneh sofre de diabetes, condição que piorou diante da implementação de uma política de fome contra os prisioneiros”, acrescentou o comunicado. “Sofre também dores severas e enxaquecas devido ao frio extremo”.

LEIA: Médicos Sem Fronteiras alertam para situação humanitária ‘extrema’ na Cisjordânia

Amarneh perdeu um olho em 2019, baleado por um soldado. Seus carcereiros se recusam a lhe entregar a prótese.

A organização confirmou negligência médica deliberada por parte de Israel.

Israel mantém ataques brutais contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 19.453 mortos e 52.286 feridos – 70% mulheres e crianças. Os ataques têm como alvo toda a infraestrutura civil de Gaza, incluindo redações, abrigos e hospitais.

Na Cisjordânia, as autoridades ocupantes mantêm uma campanha repressiva que dobrou o número de presos políticos em suas cadeias.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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