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Situação no Hospital al-Shifa em Gaza é um ‘banho de sangue’, confirma OMS

Palestinos deslocados buscam abrigo nos arredores do Hospital al-Shifa, em meio aos bombardeios israelenses, na Cidade de Gaza, em 10 de dezembro de 2023 [Abdulqader Sabbah/Agência Anadolu]

A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu a situação no departamento de emergência do Hospital al-Shifa, maior complexo médico da Faixa de Gaza sitiada, como “banho de sangue, que demanda ressuscitamento”.

O centro de saúde, na Cidade de Gaza, continua alvejado por bombas israelenses, recordou a agência das Nações Unidas neste domingo (17).

Uma equipe da OMS e outras agências da ONU entregou suprimentos ao hospital no sábado (16) – contudo, adverte que o volume assistencial é insuficiente.

“Dezenas de milhares de deslocados estão usando o prédio e o perímetro do hospital como abrigo”, destacou a OMS, ao reiterar “falta crítica” de água potável e alimentos.

“Nossa equipe descreveu o departamento de emergência como um ‘banho de sangue’, com centenas de pacientes feridos e novos pacientes chegando a cada minuto”, acrescentou. De acordo com os relatos, pacientes de trauma são suturados no chão.

“Não há analgésicos disponíveis”.

O hospital funciona em nível mínimo, com uma equipe bastante reduzida, após soldados israelenses invadirem o local, vandalizarem os departamentos e prenderem profissionais médicos e pacientes.

“Pacientes críticos são transferidos ao Hospital Árabe al-Ahli para cirurgia porque as salas de operação não estão funcionando devido à falta de oxigênio e suprimentos”, reportou a OMS. “Este é um hospital que demanda ressuscitamento”.

Apenas 30 pacientes conseguem receber tratamento de diálise por dia, prosseguiu o relato. “Até 20 salas de cirurgia, assim como alas de cuidados pós-operatórios, podem ser reativadas caso recebam oxigênio, combustível, remédios, água e comida, além, é claro, da equipe necessária”.

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A OMS prometeu reforçar al-Shifa “nas próximas semanas”, a fim de retomar serviços básicos à população carente, ainda sob bombardeio e cerco absoluto – sem eletricidade, água, alimentos e outros suprimentos essenciais.

Ao promover o cerco – e o subsequente crime de fome generalizada contra o território costeiro –, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de moradores em Gaza como “animais humanos”. A retórica desumanizante confirma dolo de genocídio.

Atualmente, o Hospital Árabe al-Ahli é o único ainda “parcialmente funcional” em todo norte de Gaza, onde três outros complexos médicos – al-Shifa, al-Awda e al-Sahaba – estão operando em nível absolutamente mínimo, isto é, praticamente inoperantes.

O exército israelense alveja deliberadamente a infraestrutura de saúde em Gaza com ataques por ar e terra, agravando os 16 anos de bloqueio militar.

Israel mantém uma brutal ofensiva contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 20 mil mortos e 50 mil feridos – 70% dos quais, mulheres e crianças. As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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