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Israel deve ‘ocupar completamente’ Gaza, afirma ministro israelense

Ministro do Patrimônio de Israel, Amichai Eliyahu [@Eliyahu_a/Twitter]

O ministro do Patrimônio de Israel, Amichai Eliyahu, voltou a manifestar nesta sexta-feira (15) o intuito colonial da ofensiva israelense a Gaza, ao alegar que o Estado sionista “deve ocupar completamente” o território palestino.

“Qualquer um que venda a ideia de que os palestinos possam voltar a mandar nas coisas não se lembra de 7 de outubro”, afirmou o ministro de extrema-direita do partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judeu), em referência a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados.

Desde então, Israel mantém bombardeios intensos à Faixa de Gaza, deixando 18.787 mortos e 50.897 feridos – 70% mulheres e crianças.

O premiê israelense Benjamin Netanyahu já declarou previamente que seu governo não cederia Gaza à Autoridade Palestina (AP), ao divergir abertamente dos Estados Unidos sobre os objetivos da ofensiva e o “dia pós-Hamas”.

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Durante sua entrevista à rádio estatal Kan, Eliyahu não deu detalhes sobre sua ideia de governança israelense em Gaza. Questionado sobre assuntos civis, o ministro se negou a responder, ao afirmar apenas que os palestinos “não têm capacidade de administrar tais coisas”.

Eliyahu confirmou, no entanto, a intenção de “reestabelecer assentamentos”, mas admitiu que “talvez não seja o momento para isso”.

Em novembro, Eliyahu chegou às manchetes após ser suspenso por Netanyahu devido a declarações públicas, nas quais sugeriu um bombardeio atômico ao território mediterrâneo. Entretanto, foi logo readmitido ao gabinete de governo.

Israel mantém ainda uma invasão por terra e um cerco absoluto aos 2.4 milhões de palestinos de Gaza – sem comida, água, energia elétrica e combustível há mais de dois meses. Ao promover sua campanha, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

A retórica desumanizante confirma o dolo de limpeza étnica, manifesto por inúmeros ministros que defendem a “reocupação” de Gaza, assim como a transferência compulsória da população nativa ao deserto do Sinai.

Netanyahu chegou a anunciar uma “guerra santa” contra “as crianças das trevas”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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