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Metade das bombas israelenses lançadas em Gaza caíram a cegas, indicam EUA

Bombardeios israelenses a Rafah, na Faixa de Gaza, em 1° de dezembro de 2023 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Um relatório recente de inteligência dos Estados Unidos indicou que cerca de metade das bombas lançadas de aeronaves israelenses contra a Faixa de Gaza sitiada caíram às cegas – isto é, sem alvo definido contra áreas civis densamente povoadas.

As informações são da rede americana CNN, conforme reportagem da agência Anadolu.

Segundo análise da Diretoria de Inteligência Nacional, com base em três fontes distintas, em torno de 40-45% dos projéteis israelenses lançados contra Gaza não possuíam sistema de orientação.

Israel confirmou alvejar 22 mil alvos no pequeno território costeiro.

Desde 7 de outubro, os ataques da ocupação mataram mais de 18.600 palestinos, além de 50 mil feridos – 70% das baixas são mulheres e crianças.

A ofensiva indiscriminada de Israel deixou Gaza em ruínas: metade das residências de Gaza foram danificadas ou destruídas e quase dois milhões de pessoas foram deslocadas à força em direção à fronteira com o Egito.

LEIA: Exército israelense admite posse de armas químicas

Gaza vive ainda sob cerco absoluto, sem comida, água, eletricidade ou combustível, enquanto Israel mantém bombardeios a rotas de fuga e abrigos em toda a região. A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu em mais de uma ocasião que “não há lugar seguro” no território palestino.

A frequência com que Israel lança bombas de queda livre a Gaza “pode contribuir para as enormes baixas civis”, reconheceu a CNN.

Sob grave crise interna, às vésperas de um conturbado ano eleitoral, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu na terça-feira (12) que os ataques israelenses são “indiscriminados”.

Bombardeios indiscriminados contra áreas civis configuram crime de guerra, segundo a Convenção de Genebra. As ações israelenses confirmam dolo em sua campanha de limpeza étnica, a fim de anexar o território mediterrâneo para fins coloniais.

Diante da crescente pressão de opinião pública, John Kirby, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, insistiu que o governo Biden mantém “esforços contínuos para que os israelenses sejam tão precisos e cuidadosos quanto possível” diante de “apreensões sobre baixas civis”.

O exército israelense recusa-se, no entanto, a comentar quais tipos de bombas emprega em Gaza. O premiê Benjamin Netanyahu e seu chanceler, Eli Cohen, prometeram manter sua violenta campanha “com ou sem apoio internacional”.

Diante da falta de transparência por parte de Israel, a CNN reportou que fotos postadas nas redes sociais parecem registrar bombas M117 nas aeronaves ocupantes. Projéteis M117, com quase 350 kg cada, são comuns às diversas ocupações americanas a países estrangeiros, como Coreia, Vietnã e Iraque.

Biden resiste às demandas de seu próprio eleitorado por um cessar-fogo em Gaza, ao manter seu apoio financeiro e diplomático às ações de Israel. Entretanto, após dois meses e 20 mil mortos, afirmou que a matéria “vale” ponderação.

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