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Oficial do Fatah alerta para ‘ardil’ israelense durante trégua em Gaza

Soldados, tanques e blindados israelenses se mantêm estacionados perto da fronteira com Gaza, no assentamento israelense de Sderot, em 2 de novembro de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Jibril Rajoub, secretário do Comitê Central do partido Fatah, alertou sobre eventuais “ardis” de Israel durante a trégua de quatro dias na Faixa de Gaza, ao reiterar que o acordo carece de garantias ou monitoramento de campo.

Em entrevista à rede MBC no Egito, Rajoub disse que Israel concordou com a pausa devido à pressão de seus aliados mais próximos, que não podiam mais justificar seus crimes e atos de terrorismo contra os palestinos em Gaza.

“O que aconteceu em 7 de outubro deve servir como ponto de virada para responsabilizar a ocupação por seus crimes”, comentou Rajoub, ao explicar que o ataque do grupo Hamas em 7 de outubro não aconteceu no vácuo, mas foi resultado de recordes de ataques coloniais a Jerusalém e Cisjordânia, além de 17 anos de cerco a Gaza.

Segundo Rajoub, parecia que o próximo confronto entre Israel e a resistência palestina fosse na Cisjordânia, onde 700 mil colonos israelenses vivem ilegalmente, violando diariamente os direitos básicos à vida e os santuários palestinos.

Rajoub advertiu que Egito e Jordânia serão os países mais afetados pela continuação do conflito, que também ameaça a estabilidade regional e internacional.

Questionado sobre as divergências entre Fatah e Hamas, reafirmou Rajoub: “O Hamas foi e continuará sendo parte do tecido nacional, da luta e da vida política palestina. Essa batalha deve representar um começo para alcançar a unidade nacional palestina, onde há um povo, uma liderança e um objetivo, que é construir um Estado palestino independente com total soberania sobre suas terras”.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza, deixando 14.854 mortos, incluindo 6.150 crianças e mais de quatro mil mulheres, além de mais de 36 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres.

Cerca de sete mil pessoas estão desaparecidas sob os destroços — entre as quais, ao menos 4.700 crianças —, provavelmente mortas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Porque a resistência palestina não pode ser subjugada

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