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‘Hamas não foi derrotado, destruí-lo é impossível’, afirma imprensa israelense

Combatentes das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, braço armado do grupo Hamas, destróem tanque de guerra israelense na Cidade de Gaza, em 7 de outubro de 2023 [Hani Alshaer/Agência Anadolu]

Especialistas e ex-agentes de segurança de Israel advertiram que é “impossível” a Tel Aviv combinar seu objetivo declarado de destruir o movimento Hamas e resgatar os reféns, ou prisioneiros de guerra, na Faixa de Gaza sitiada.

De acordo  com Razi Barkai, analista da rádio militar isralense, realizar ambas as missões ao mesmo tempo “não é possível”. Suas declarações parecem sugerir que os reféns devem ser abandonados — o que corrobora a política israelense de facto, ao negar negociações a uma troca de prisioneiros.

Apesar das intenções declaradas de combate ao Hamas e resgate de reféns, ao menos 60 prisioneiros de guerra foram mortos pelos bombardeios indiscriminados de Israel a Gaza. Especialistas observam que a verdadeira intenção da ofensiva é limpeza étnica, isto é, ao expulsar a população palestina do território para então anexá-lo.

Giora Eiland, general da reserva e ex-chefe do Departamento de Operações, comentou: “O Hamas como organização não foi derrotado, não apenas porque sua liderança ainda existe, mas porque seu objetivo é bastante simples: perseverar e resistir”.

“À medida que assim persevera e mantém parte dos reféns, [o Hamas] pressupõe que Israel, em algum momento, será obrigado a parar, devido à pressão internacional ou outras razões, de modo, portanto, que a batalha atingiu seu ápice”, acrescentou.

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Zvi Yehezkeli, analista de assuntos árabes do Canal 13, assegurou que o Hamas não está abalado: “Certamente não encontrarão qualquer liderança debaixo do Hospital al-Shifa”.

Na quarta-feira (15), Israel invadiu o Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, sob alegação de que uma base do Hamas repousava no subterrâneo do maior centro de saúde do enclave. Após seis dias de cerco, dezenas de mortos e agressão a médicos e enfermeiros, soldados divulgaram um vídeo com um punhado de armas cujas origens são duvidosas.

Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, deixando mais de 12 mil mortos, incluindo 4.710 crianças e 3.160 mulheres, além de 30 mil feridos. Mais de 3.500 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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