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‘Água não é arma de guerra’, alerta relator da ONU sobre cerco israelense a Gaza

Palestinos recebem galões de água diante de uma grave crise hídrica causada pelo cerco e pelos ataques israelenses a Gaza, em Rafah, no sul do território costeiro, em 13 de novembro de 2023 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Pedro Arrojo-Agudo, relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU), reivindicou nesta sexta-feira (17) que Israel deixe de usar a água como “arma de guerra” contra Gaza e que permita o abastecimento de água potável e combustível à população civil.

Arrojo-Agudo, especializado em direitos humanos sobre recursos hídricos e saneamento, emitiu seu apelo no contexto da crise em Gaza devido ao cerco absoluto e aos contínuos bombardeios de Israel.

“Israel deve parar de utilizar a água como arma de guerra e permitir que água potável e combustível entrem em Gaza, a fim de reativar a rede de abastecimento antes que seja tarde demais”, instou Arrojo-Agudo.

“Cada hora que passa com Israel impedindo a provisão de água de beber à população de Gaza, em flagrante violação à lei internacional, implica risco de morte por sede e doenças relacionadas à falta de recursos limpos”, acrescentou.

“Quero lembrar Israel que impedir conscientemente a entrada de suprimentos necessários para prover água limpa a Gaza viola tanto as leis humanitárias quanto de direitos humanos internacionais”, reiterou.

Arrojo-Agudo reafirmou que o impacto na saúde pública e na higiene da população, mediante falta de saneamento básico, são “inimagináveis”.

O relator ressoou dados da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), ao alertar que 70% da população de Gaza se vê obrigada a beber água contaminada ou água do mar.

Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, deixando mais de 12 mil mortos, incluindo 4.710 crianças e 3.160 mulheres, além de 30 mil feridos. Mais de 3.500 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

Israel impõe também um cerco absoluto aos 2.4 milhões de residentes de Gaza, sem água, comida, eletricidade ou combustível. Ao promover sua campanha, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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