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Israel mata idoso palestino após usá-lo como propaganda de ‘salvo-conduto’

Soldado israelense detém Bashir Hajji, residente da Cidade de Gaza de 79 anos [@MariamBarghouti/X]

Soldados israelenses mataram um senhor palestino após gravá-lo como propaganda de guerra, ao alegar “salvo-conduto” à população civil da Faixa de Gaza sitiada, reportou o Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo.

A organização expressou “indignação” sobre o uso da imagem de Bashir Hajji, de 79 anos, como parte da campanha informacional para encobrir os crimes de guerra cometidos por Israel contra os palestinos deslocados pela agressão no norte de Gaza.

“O exército de Israel divulgou uma imagem de um soldado conversando com Bashir Hajji, residente do bairro de al-Zaytoun, na Cidade de Gaza, enquanto este viajava pela estrada Salah al-Din, principal rota ao Vale de Gaza, no sul do enclave. O soldado parece ajudar e proteger os civis palestinos deslocados pela violência”, relatou a ong.

A neta de Bashir, Hala Hajji, todavia, revelou ao Monitor Euromediterrâneo que seu avô “foi brutalmente executado ao atravessar o ‘corredor humanitário’, quando membros das forças israelenses o balearam deliberada e diretamente nas costas e na cabeça”.

Hala reconheceu o avô na imagem divulgada pelas tropas ocupantes, “expondo a perigosa prática do exército de flagrantemente fabricar narrativas”.

O Monitor Euromediterrâneo denunciou dezenas de casos documentados de execução sumária contra civis deslocados, seja por fuzilamento ou explosões direcionadas.

Famílias deslocadas pelos bombardeios e incursões por terra são novamente atacadas em suas rotas de fuga ou abrigos humanitários, após receberem ordens militares, sob tom de ameaça, para deixar suas casas.

O fórum renovou apelos para que a “Organização das Nações Unidas (ONU) e o Tribunal Penal Internacional (TPI) abram urgentemente uma investigação independente sobre os crimes aos quais refugiados foram e são submetidos, para responsabilizar os mandantes, além de obter justiça às vítimas”.

O Monitor Euromediterrâneo é uma eminente organização sediada em Genebra cuja equipe é composta em mais de dois terços por sobreviventes de violações humanitárias.

Conforme seu website, a ong “defende os direitos humanos de todas as pessoas na Europa, Oriente Médio e Norte da África, em particular, aquelas que vivem sob sob ocupação e/ou deslocadas por perseguição ou conflito armado”.

LEIA: A propaganda israelense não é convincente e está falhando

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