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Após cortar luz e atirar em pacientes, Israel oferece incubadoras a Gaza

Trinta e três bebês prematuros sofrem risco de vida sob os bombardeios de Israel, na Cidade de Gaza, em 11 de novembro de 2023 [Hospital al-Shifa/Agência Anadolu]

Israel bombardeou o sul de Gaza nesta terça-feira (13) após tanques avançarem aos portões do maior hospital da região norte, onde médicos alertam que dezenas de pacientes — entre os quais, bebês — sofrem risco de vida devido aos ataques contra estruturas civis e ao corte de energia elétrica imposto pela ocupação.

O complexo médico de al-Shifa, na Cidade de Gaza, se viu cercado por forte infantaria e artilharia israelense, à medida que Israel insiste na falácia de que o local omite bases do grupo Hamas. Tais alegações — empregadas como suposto álibi para cometer crimes de guerra — foram desmentidas em campo, assim como por observadores internacionais.

Ao menos 13 pessoas morreram quando forças israelenses atacaram suas casas em Khan Yunis, reportou ainda a agência de notícias Reuters.

Após quase 40 dias de genocídio e bombardeios indiscriminados a Gaza, e quase 40 bebês prematuros mortos devido aos blecautes, o exército israelense afirmou coordenar o envio de incubadoras ao enclave costeiro, a fim de supostamente evacuar todos os pacientes do hospital.

Ainda assim, Israel mantém sua proibição à entrega de produtos essenciais, como combustível aos geradores de Gaza, além de ataques diretos a painéis solares que abastecem escassamente as instalações de saúde.

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Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, que estava no Hospital al-Shifa, confirmou nesta segunda-feira (13) que 32 pacientes morreram em três dias, incluindo três bebês recém-nascidos. Ao menos 650 pacientes permanecem no local.

Em sua primeira declaração desde a morte dos pacientes em al-Shifa, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, insistiu que hospitais devem ser protegidos; no entanto, ainda ao negar qualquer pressão a um cessar-fogo.

“Minha esperança e expectativa é que haja menos ação intrusiva relacionada aos hospitais e manteremos contato com os israelenses”, minimizou Biden à imprensa.

“Há também um esforço para obter uma pausa para lidarmos com a soltura dos prisioneiros e isso está sendo negociado junto dos cataris”, prosseguiu o presidente. “Tenho esperanças, pelo menos, mas os hospitais devem ser protegidos”

Nesta segunda-feira (13), o exército da ocupação divulgou fotos e vídeos de supostas armas encontradas no porão do Hospital al-Rantisi, centro de saúde especializado em cuidados do câncer infantil.

As imagens não têm qualquer credibilidade: em vídeo, soldados em al-Shifa gravaram uma planilha em árabe na parede, dizendo conter instruções a combatentes do Hamas. O texto, no entanto, é um mero calendário contando os dias da agressão de Israel.

Em nota no Telegram, o Hamas advertiu que os vídeos mostram “cenas fabricadas para ludibriar a opinião pública”, a fim de justificar ataques a hospitais.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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