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Israel está pronto para discutir troca de prisioneiros, alega imprensa

Protesto em solidariedade aos prisioneiros palestinos em greve de fome nas cadeias israelenses, em frente ao escritório da Cruz Vermelha em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, 31 de outubro de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O Canal 13 da televisão israelense declarou na noite desta quarta-feira (8) que o governo ocupante “está pronto para considerar a soltura de prisioneiros de segurança [palestinos] em troca de um acordo amplo que inclua a soltura de muitos dos cidadãos sequestrados”, isto é, capturados pelo grupo Hamas e mantidos em Gaza desde 7 de outubro.

A emissora citou fontes oficiais próximas à matéria; porém, sem nomeá-las. O governo israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tampouco sinalizou intenções ou comentou a reportagem.

“Como parte dos esforços de Estados Unidos e Catar para conduzir pequenos acordos que possam levar a um cessar-fogo, Israel está pronto e disposto a analisar a soltura de alguns prisioneiros”, afirmou a reportagem.

Segundo uma das fontes: “Há opções sobre a mesa, mas nada concreto no momento”.

“Sobre os relatos desta noite em torno de avanços nas comunicações, oficiais israelenses de alto escalão confirmam que houve contato em diversas frentes, mas que não têm ciência de qualquer avanço significativo”, prosseguiu a fonte.

Na manhã de quarta, Netanyahu pareceu antever a pressão pública, durante um encontro com chefes dos assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.

“Gostaria de pôr de lado os rumores vazios que ouvimos de todo lado. Reitero uma coisa: não haverá um cessar-fogo sem a soltura dos reféns. Todo o resto não importa”, insistiu o primeiro-ministro a apoiadores coloniais.

Apesar da suposta apreensão com a soltura dos prisioneiros em Gaza, o exército israelense mantém bombardeios indiscriminados contra o território sitiado, incluindo mortes entre os reféns. Tel Aviv tampouco se propõe a negociações.

LEIA: Hamas diz que  quer todos os prisioneiros palestinos em troca dos reféns

Em 7 de outubro, combatentes da resistência palestina cruzaram a fronteira entre Gaza e Israel e capturaram cerca de 242 colonos e soldados. Conforme índices israelenses, foram mortas cerca de 1.500 pessoas — mais da metade, militares.

O Hamas, que buscava um acordo de troca de prisioneiros com Israel há anos, reivindica agora a libertação dos mais de seis mil palestinos em custódia da ocupação — dentre os quais, mulheres e crianças, em maioria, sem julgamento ou sequer acusação; reféns por definição.

Em retaliação, contudo, Israel mantém uma devastadora campanha de bombardeios contra Gaza, deixando 10.569 mortos — dentre os quais, 4.324 crianças e 2.823 mulheres —, além de ao menos 26.475 feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.

Na Cisjordânia ocupada, foram mortos 163 palestinos em apenas um mês, junto de uma campanha de detenção em massa que resultou em 2.280 novos prisioneiros.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Israel prende 2.080 palestinos na Cisjordânia desde 7 de outubro

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