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Após um mês de genocídio israelense, Hamas mantém controle sobre Gaza

Combatentes das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, braço armado do movimento Hamas, destroem tanque de guerra israelense na Cidade de Gaza, em 7 de outubro de 2023 [Hani Alshaer/Agência Anadolu]

Amos Harel, analista militar do jornal israelense Haaretz, corroborou neste domingo (5) que, apesar dos violentos ataques contra Gaza, ininterruptos há um mês, a liderança do grupo de resistência Hamas mantém controle sobre o território sitiado, o que implica em uma derrota de Israel conforme seu suposto objetivo anunciado.

Harel alegou que o exército ocupante emprega uma “tática de desmembramento”, de modo que suas tropas avançam metodicamente, sob cobertura de quantidades extremas de poder de fogo, incluindo bombardeios aéreos.

Contudo, contrário às declarações oficiais, Harel observou como fraqueza a incapacidade do exército em matar ou capturar combatentes das Brigadas al-Qassam, dado que os relatos de centenas de mortos não têm confirmação “suficiente”.

“A dificuldade repousa, entre outras coisas, em definir a missão, à medida que o governo e o exército israelense a descrevem como destruição do Hamas e de sua capacidade militar; não obstante, este é um caminho cujos passos são completamente incertos”, observou Harel.

“Os comandantes e reservistas israelenses, que participaram das operações anteriores em Gaza, relatam que não há comparação entre a escala de destruição desta vez e as rodadas prévias de combate”, acrescentou.

Harel reafirmou que em Beit Hanon, noroeste de Gaza, onde operam batalhões israelenses, bairros inteiros foram destruídos. Segundo o analista, a paisagem não demonstra, portanto, um “estado de guerra”, mas sim uma “operação restrita”.

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Analistas independentes, contudo, reiteram se tratar de genocídio ou guerra de extermínio, como se verifica por declarações neste sentido de lideranças políticas do governo em Israel.

Conforme Harel, a resistência palestina recorre a uma rede de túneis de defesa, de onde militantes lançam mísseis antimísseis e instalam explosivos nas rotas israelenses.

“O Hamas também usa drones, que podem causar problemas”, observou; sem evidências, contudo. “O exército israelense levou um grande contingente ao norte de Gaza, incluindo veículos blindados. Em uma guerrilha subterrânea, isso dá alvos ao inimigo”.

“No momento, apesar da pressão imposta pelo exército israelense, não há impacto considerável à liderança do Hamas e a seu controle sobre Gaza”.

Em 29 de outubro, Israel escalou sua agressão contra os 2.4 milhões de civis na Faixa de Gaza sitiada ao deflagrar sua invasão por terra. Ao menos 29 soldados morreram e 260 ficaram feridos, segundo estimativas próprias.

Em contrapartida, desde 7 de outubro, são 9.770 pessoas mortas em Gaza, incluindo 4.800 crianças e 2.550 mulheres, além de mais de 30 mil feridos e milhares de desaparecidos sob os escombros — provavelmente mortos.

Neste fim de semana, uma fonte de segurança israelense chegou a se vangloriar de 20 mil mortos no território sitiado.

Na Cisjordânia ocupada, são 151 mortos — somados a recordes desde janeiro — e 2.080 presos arbitrariamente, sob repressão sistêmica e sucessivos pogroms a cidades e aldeias.

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