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Além de Gaza: Israel impõe crimes hediondos aos presos palestinos na Cisjordânia

Bombardeios israelenses a Rafah, na Faixa de Gaza, em 3 de novembro de 2023 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Desde a deflagração da agressão israelense a Gaza, em 7 de outubro, campanhas de prisão, assédio e tortura contra os palestinos na Cisjordânia ocupada também se intensificaram. As violações cometidas por soldados e colonos são abundantemente documentadas, incluindo maus tratos, agressão física e casos de indivíduos arrastados pelo solo.

A Organização Árabe de Direitos Humanos no Reino Unido (AOHR-UK) alertou que as prisões e os abusos se somam a crimes de lesa-humanidade, que demandam punição para dissuadir os perpetradores.

Conforme a denúncia, países que apoiam Israel devem reconhecer cumplicidade e reavaliar suas posições, de acordo com a lei humanitária internacional.

A ocupação usufrui de impunidade a seus crimes, culminando no genocídio em Gaza, com nove mil mortos — um terço, crianças — e 30 mil feridos no território sitiado. As ações de Israel são crimes de guerra e punição coletiva contra a população civil.

Soldados e colonos compartilham vídeos e fotos para humilhar e insultar seus reféns a fim de dissuadir a resistência legítima e popular contra a ocupação. Casos registrados incluem profanação de santuários, expansão dos assentamentos ilegais e pogroms diários.

À medida que a atenção global se volta a Gaza, o exército israelense lançou campanhas de prisão, invadiu celas e isolou prisioneiros. Muitos desapareceram no sistema carcerário de Israel, incluindo mulheres e menores de idade.

Prisioneiros palestinos são também privados de visitas de seus advogados ou familiares, espancados, asfixiados com gás lacrimogêneo em cubículos de detenção, dentre outras práticas de sadismo, segundo as denúncias.

As cadeias de Israel têm hoje em custódia 5.250 presos palestinos, incluindo 39 mulheres, 170 crianças e 1.913 em “detenção administrativa” — isto é, sem julgamento ou acusação por períodos renováveis indefinidamente; reféns por definição.

As condições de detenção se agravaram sob a gestão do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, notório por posições racistas de extrema-direita. Denúncias indicam que os prisioneiros são condenados a uma “morte lenta”.

A AOHR-UK reivindicou de todos os órgãos humanitários e internacionais, partidos políticos e redes de imprensa que reportem devidamente o sofrimento diário dos palestinos detidos, para então pressionar pelo fim das práticas criminosas.

Até setembro, o ano de 2023 já era o mais letal a menores na Cisjordânia. Outubro sozinho, no entanto, quase superou a soma de todos os meses anteriores desde janeiro.

Israel lançou sua mais recente e mais brutal ofensiva a Gaza em 7 de outubro, em retaliação a uma operação surpresa do grupo de resistência Hamas, que cruzou a fronteira e capturou soldados e colonos.

A ação de resistência decorreu de meses de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia, além de 17 anos de cerco militar a Gaza.

Em Gaza, foram mortos 9.488 palestinos até então, entre os quais 3.826 crianças e 2.405 mulheres. Ao menos 30 mil pessoas ficaram feridas, além de 2.200 desaparecidos sob os escombros, dos quais 1.250 crianças.

LEIA: Israel mata 41 crianças na Cisjordânia desde 7 de outubro, alerta ong

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