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Civis em Gaza sofrem 600 massacres por parte de Israel, estima governo

Pessoas em luto no necrotério do Hospital Nasser, após bombardeios israelenses em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 24 de outubro de 2023 [Abed Zagout/Agência Anadolu]

O exército da ocupação israelense executou ao menos 597 massacres contra civis palestinos na Faixa de Gaza sitiada desde o começo da agressão em curso, em 7 de outubro, confirmou Salama Marouf, chefe de imprensa do governo local.

As informações são da rede de notícias Quds Press.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (23), Marouf alertou que os bombardeios em curso contra áreas civis, ameaças de atacar hospitais e demandas para evacuação às pressas representam uma perigosa escalada que indica planos para cometer crimes de guerra.

Segundo Marouf, o incidente mais grave foi o ataque ao Hospital Baptista al-Ahli, na Cidade de Gaza, deixando 500 mortos — entre pacientes, médicos e pessoas que buscavam abrigo no local.

Logo após o ataque, Israel aventou a versão de que a explosão decorreu de um foguete disparado pela resistência palestina. A escala da destruição e registros de vídeo, porém, demonstram o contrário, com elementos característicos da tecnologia bélica israelense.

Hananya Naftali, assessor de Netanyahu, chegou a vangloriar-se do ataque na rede social X (Twitter): “A Força Aérea de Israel atingiu uma base terrorista do Hamas [sic] dentro de um hospital em Gaza. Diversos terroristas mortos [sic]”. Mais tarde, apagou a postagem.

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Antes de atacar o hospital, Israel instruiu sua evacuação, apesar de alertas internacionais de que não seria possível transferir pacientes que dependem de suporte para sobreviver, como bebês recém-nascidos e pacientes de diálise e quimioterapia.

Nesta segunda-feira (23), o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, juntou-se ao coro de desinformação ao sugerir que o míssil que atingiu o hospital partiu de Gaza.

Segundo Marouf, os conselhos administrativos de hospitais públicos e privados em Gaza insistem que não é possível evacuar pacientes críticos, ao reivindicar de Israel adesão ao direito humanitário internacional.

Marouf destacou que alvejar civis é crime de guerra sob as Convenções de Genebra de 1949 e protocolos adicionais. Além disso, reiterou a urgência de permitir a entrada de combustível a Gaza para garantir que os hospitais continuem a operar.

O massacre em Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, campanha de resistência do grupo Hamas, que atravessou a fronteira por terra e capturou soldados e colonos. Trata-se de punição coletiva, genocídio e crime de guerra.

A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza.

Ao menos 5.087 pessoas — entre os quais, 1.023 mulheres e 2.055 crianças — foram assassinadas por Israel até então, além de 15.273 feridos. Outros milhares continuam desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.

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