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Gaza se tornará ‘cova coletiva’ sem ajuda humanitária, alerta oficial

Civis retiram homem ferido dos escombros deixados pelo sexto dia de bombardeios israelenses a Gaza, na região de Rafah, em 12 de outubro de 2023 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

Salama Ma’rouf, chefe do escritório de mídia do governo em Gaza, alertou nesta quinta-feira (12) sobre a iminente catástrofe humanitária no enclave costeiro, sob risco de se tornar uma “enorme cova coletiva” caso os apelos por socorro continuem ignorados.

Forças israelenses lançaram uma campanha de bombardeios a Gaza, incluindo agravamento do cerco, em resposta a uma operação de resistência do movimento Hamas que incorreu na infiltração de combatentes no território considerado Israel.

“A Faixa de Gaza entrou em uma espiral perigosa, vivenciando deterioração de todos seus serviços e da condição de vida de sua população”, comentou Ma’arouf à agência Anadolu, após forças ocupantes cortarem água e luz aos 2.4 milhões de habitantes locais.

“Israel trabalha para varrer do mapa bairros residenciais inteiros, deslocar à força centenas de milhares e aniquilar famílias, ao fazer chover bombas sobre suas cabeças”, acrescentou.

Segundo o relato, o bombardeio levou a “massacres de massa” e “necrotérios [em Gaza] já não são capazes de acomodar o número cada vez maior de cadáveres”.

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O número de feridos também excede a capacidade dos hospitais, com pacientes nos corredores, sem leitos ou mesmo salas de cirurgia disponíveis.

“Gaza é uma zona de desastre sujeita a chacina, punição coletiva e genocídio”, prosseguiu Ma’rouf. “A demora na resposta tornará Gaza uma enorme cova coletiva, onde as pessoas morrem das mais diversas formas: bombas, fome, falta de água potável e epidemias”.

Mai al-Kaila, ministra da Saúde do governo estabelecido em Gaza, pediu apoio imediato ao setor de saúde local, à margem do colapso. “Há escassez aguda de suprimentos, itens para realizar cirurgias, medicamentos e bolsas de sangue”, declarou al-Kaila.

O mais recente bombardeio é represália à Operação Tempestade de Al-Aqsa, em resposta à escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia e aos 16 anos de cerco a Gaza.

A resposta israelense equivale a punição coletiva, ao bombardear extensas áreas civis e cortar acesso a água, luz, comida e combustível à população de Gaza.

Nesta quinta-feira, o ministro da Energia de Israel, Israel Katz, afirmou que os cortes continuarão até que todos os reféns sejam devolvidos.

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