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ONU alerta para desastre alimentar no Sudão do Sul, pede US$500 milhões

Mulheres deslocadas internamente esperam comida em um centro de distribuição, ao lado de um caminhão do Programa Alimentar Mundial (PAM), em Bentiu, no Sudão do Sul, em 7 de fevereiro de 2023 [Simon Maina/AFP via Getty Images]

O Programa Alimentar Mundial (PAM), agência das Nações Unidas, advertiu nesta terça-feira (3) que precisa de ao menos US$526 milhões para responder a uma iminente emergência no Sudão do Sul, segundo informações da agência Anadolu.

Neste ano, o PAM recebeu “menos da metade” dos recursos necessários; a situação para o próximo ano é “igualmente preocupante”, disse Mary-Ellen McGroarty, diretora da agência para o país em informe às Nações Unidas em Genebra.

“Metade dos recursos significa metade da comida. Para chegar ao máximo de pessoas, temos de reduzir as rações em 50%, de modo que as pessoas receberão menos de 300 gramas por dia, incluindo refugiados do Sudão”, reiterou McGroarty.

“Continuar dessa maneira significa que não poderemos romper o ciclo de fome entrincheirada no país, ao prover uma saída para famílias em situação extrema”, acrescentou. “Mal conseguimos tirar as pessoas da margem do desespero”.

A situação humanitária na fronteira entre Sudão e Sudão do Sul chegou a um “ponto crítico”, alertou McGroarty. “Uma emergência paira sobre nós”.

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Conforme dados recentes compilados pelo PAM, cerca de 90% das famílias passam dias sem comer e vivem em situação de insegurança alimentar moderada a severa. Uma a cada cinco crianças sofre de desnutrição.

Quase 300 mil refugiados cruzaram a fronteira desde abril, quando o Sudão foi tomado por confrontos entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido. Cerca de mil refugiados chegam diariamente à zona de fronteira.

“As famílias que vemos atravessar hoje são muito, muito mais vulneráveis à insegurança alimentar do que aquelas que chegaram nas primeiras semanas do conflito”, prosseguiu McGroarty. “E está ficando cada vez pior”.

A guerra no Sudão matou cinco pessoas e deslocou 5.2 milhões de pessoas até então, segundo estimativas das Nações Unidas. Sucessivos cessar-fogo, mediados por Arábia Saudita e Estados Unidos, fracassaram em encerrar a violência.

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