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Bebê se afoga durante operação de resgate na costa da Itália

Roupas de bebê após um naufrágio em Steccato di Cutro, na costa da Calábria, na Itália, em 1° de março de 2023 [Alessio Mamo/Getty Images]

Um menino de cinco meses de idade se afogou nesta quarta-feira (13) durante uma suposta operação de resgate na costa de Lampedusa, na Itália, conforme reportagem da agência de notícias Reuters.

O barco no qual viajava o bebê virou pouco depois de ser interceptado pela Guarda Costeira da Itália, segundo relatos de agências locais.

Todos os outros tripulantes foram resgatados, incluindo a mãe do bebê, uma adolescente da Guiné. Os migrantes partiram da cidade tunisiana de Sfax, conhecida como ponto de partida de refugiados rumo à Europa.

Lampedusa, no extremo sul da Itália, é primeiro porto de escala a pessoas que atravessam o mar Mediterrâneo do Norte da África. Há anos é também foco de conflitos devido à crise de imigração na Europa.

Nesta semana, circularam online vídeos de filas de barcos precários, lotados de refugiados, à espera de aportar em Lampedusa, enquanto as chegadas diárias batiam novos recordes.

O promotor Giovanni Di Leo relatou 112 ancoragens apenas na terça-feira (12), com mais de cinco mil refugiados, superando bastante o índice anterior de 63 embarcações em único dia, registrado em agosto.

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Mil e trezentos refugiados desembarcaram na manhã de quarta-feira.

Di Leo comparou a situação de emergência na pequena ilha com eventos na Itália de 1991, quando um único barco com cerca de 20 mil albaneses chegou na cidade de Bari.

“Estamos todos exaustos, com um enorme cansaço físico e mental”, lamentou o prefeito de Lampedusa, Filippo Mannino, à agência de notícias Adnkronos nesta quarta. “A situação está se tornando inimaginável e insustentável”.

Refugiados que aportam em Lampedusa costumam ser transferidos à Sicília para evitar que os serviços locais sofram sobrecarga. Porém, quando há um surto de chegadas, a tramitação demora. O centro de recepção da ilha contém mais de seis mil pessoas atualmente, explicou a Cruz Vermelha da Itália, muito acima da capacidade oficial de 400 pessoas.

No total, cerca de 118 mil barcos de refugiados chegaram na Itália desde janeiro, segundo o Ministério do Interior — quase o dobro do índice registrado no mesmo período de 2022.

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A primeira-ministra Giorgia Meloni foi eleita no ano passado com a promessa de combater a migração. Os números, entretanto, continuam a subir, apesar da repressão, à medida que as raízes do problema persistem, como a crise político-econômica na Tunísia, a instabilidade na Líbia e conflitos na África e no Oriente Médio.

Três crianças e uma mulher morreram quando seu barco naufragou na costa de Sfax, um juiz local reportou à Reuters nesta quarta-feira.

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