Mais de 70 grupos da sociedade civil marcharam à residência oficial do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, em Downing Street, no centro de Londres, nesta quinta-feira (31), para lhe entregar uma petição assinada por milhares de pessoas que reivindica a rescisão do projeto de lei antiboicote apresentado pelo governo, sob a alcunha de Ato sobre Atividades Econômicas de Órgãos Públicos.
A lei antiboicote, que inclui uma cláusula particularmente antidemocrática para criminalizar sanções a Israel, passa agora por análise de um comitê parlamentar especializado, após ser aprovada em sua segunda leitura na câmara, apesar de críticas transpartidárias.
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O governo da Escócia anunciou formalmente sua oposição ao texto e pressiona o País de Gales a fazer o mesmo, informou em nota a Campanha de Solidariedade Palestina (PSC).
A delegação que rumou à sede do governo britânico contou com a presença de Ben Jamal, diretor da Campanha de Solidariedade Palestina (PSC); Asad Rehman, da entidade War on Want; Clare Baker, da federação sindical Unite the Union; e Grace Da Costa, da associação Quakers in Britain.
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Sindicatos, entidades beneficentes, ongs, comunidades religiosas, ativistas ambientais e por direitos humanos e outros grupos solidários advertiram que o projeto de lei equivale a uma mordaça a campanhas por justiça, ao erodir a democracia no país e ameaçar a liberdade de expressão.
“A imensa resposta a essa petição reflete o alarde generalizado em todas as porções da sociedade civil de cunho progressista, ao confirmar que a lei antiboicote representa um ataque brutal à liberdade de expressão”, comentou Ben Jamal.
“A oposição ao projeto de lei cresce cada vez mais porque seu texto ameaça não apenas a capacidade de órgãos públicos de participar de campanhas por boicote e desinvestimento em apoio aos palestinos, como todos aqueles que pedem mudanças por meios pacíficos e democráticos”, acrescentou.
Grace Da Costa, da Quakers in Britain, reiterou: “Atos de boicote e desinvestimento são ferramentas essenciais na busca por igualdade, paz e sustentabilidade. O governo deve retirar sua lei para proteger os direitos humanos no Reino Unido e em todo o mundo”.
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