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Após dois anos, Egito, Etiópia e Sudão retomam diálogo sobre barragem no Nilo

Grande Represa do Renascimento, na Etiópia, em 19 de fevereiro de 2022 [Minasse Wondimu Hailu/Agência Anadolu]

Egito, Etiópia e Sudão retomaram negociações sobre a Grande Represa do Renascimento, projeto bilionário etíope na bacia do rio Nilo, após dois anos de hiato.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“As negociações sobre a Grande Represa do Renascimento recomeçaram na manhã deste domingo [27] no Cairo”, afirmou em nota o Ministério de Recursos Hídricos e Irrigação do Egito.

Neste contexto, Hani Sewilam, ministro da pasta, reiterou a importância de “um acordo legalmente vinculativo” que atenda as apreensões dos países a jusante. “Há numerosas soluções técnicas e legais que podem satisfazer as necessidades e os interesses dos três países e resultar em um acordo equilibrado”.

Em julho, o presidente e general egípcio Abdel Fattah el-Sisi e o premiê etíope Abiy Ahmed concordaram em retomar negociações sobre os termos para preenchimento e operação da barragem, durante cúpula no Cairo.

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Sewilam insistiu, no entanto, que preencher a represa sem um acordo firmado representa uma violação da Declaração de Princípios de 2015, cujas cláusulas estipulam que não haja danos significativos aos recursos compartilhados entre as partes.

A reaproximação coincide com a quarta etapa de preenchimento do reservatório da represa, após o colapso das negociações entre Cairo e Addis Ababa, promovidas pela União Africana, desde abril de 2021.

Diante do presente avanço, o ministro de Irrigação da Etiópia, Seleshi Bekele, afirmou que a negociação tripartite deve melhorar a cooperação entre as partes, segundo comunicado da embaixada de seu país na cidade do Cairo.

Bekele prometeu “continuar a trabalhar rumo a uma solução amigável”.

A Grande Represa do Renascimento é motivo de tensões nas relações entre Egito e Etiópia há anos. O Cairo vê a barragem como ameaça existencial a sua porção de recursos do Nilo, ao reivindicar de seus vizinhos um acordo legal que restrinja as operações.

A Etiópia considera o projeto como fundamental para seu desenvolvimento e nega eventuais danos a Egito e Sudão.

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