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Comissão revela tortura de criança palestina por agentes de Israel

17 de agosto de 2023, às 12h03

Prisioneiros palestinos em uma cadeia de Israel, em 9 de novembro de 2018 [Jack Guez/AFP/Getty Images]

A Comissão para Prisioneiros e Ex-prisioneiros Palestinos divulgou um relatório na terça-feira (15) com detalhes da tortura brutal imposta a Adam Abboud Ghaith, de somente 14 anos de idade, durante sua prisão e interrogatório.

Em 24 de maio, após visitar Ghaith na penitenciária de Damon, Heba Eghbariya, advogada da comissão, emitiu seu relato, segundo o qual um grupo de agentes da polícia e do serviço de inteligência de Israel invadiu a residência do prisioneiro em Jerusalém enquanto dormia e ordenou que lhe acompanhasse à delegacia por meia hora; todavia, algemou suas mãos por trás das costas e o isolou em uma sala para interrogá-lo por meio de tortura.

“Eles me vendaram, amarraram minhas mãos e pés e me forçaram a ajoelhar”, disse Adam. “Após uma hora assim, eu não aguentava de dor porque um mês antes de ser preso quebrei meu pé esquerdo em um acidente de carro e tive que colocar um implante de platina”.

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“Quando a dor ficou insuportável, chamei um deles e pedi para levantar, mas ele me agarrou pelo pescoço e me jogou em outra sala. Então ele bateu forte minha cabeça contra o reboco da parede várias e várias vezes. A parede quebrou de tão forte que foram os golpes”, relatou o menino. “Ele me agarrou de novo, me ergueu e me jogou com força no chão. Daí começou a pisar em mim, principalmente no lugar do implante. Doeu demais”.

Segundo o documento, Adam foi levado a uma sala e interrogado por quatro horas, ocasião na qual tentaram coagi-lo a confessar um crime. “Depois disso, três outras pessoas entraram e me bateram bastante; ameaçaram me dar choques elétricos caso eu não falasse o que eles queriam”.

Israel mantém cerca de cinco mil palestinos em suas cadeias, incluindo 32 mulheres e 160 menores de idade, segundo a ong Clube dos Prisioneiros Palestinos. Denúncias de tortura e outras violações de direitos humanos são comuns.

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