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Ministros israelenses voltam a divergir sobre nova Guarda Nacional

Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em 4 de maio de 2023 [Menelaos Myrillas/AFP via Getty Images]
Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em 4 de maio de 2023 [Menelaos Myrillas/AFP via Getty Images]

As divergências entre Yoav Gallant e Itamar Ben-Gvir, ministros da Defesa e da Segurança Nacional de Israel, respectivamente, voltaram a público, com uma troca de acusações sobre o estabelecimento de uma nova agência de segurança.

Segundo a televisão israelense, Gallant enviou uma carta acalorada a seu colega de governo, na qual exprimiu sua oposição à Guarda Nacional como órgão à parte da polícia.

“A formação de uma nova agência causará grandes dificuldades e fragmentará o sistema de segurança”, argumentou Gallant. “Não há lugar para milícias privadas em Israel”.

Em março, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu consentiu com o pedido de Ben-Gvir de formar uma Guarda Nacional sob sua autoridade. A oposição alertou que a medida equivale a criar um contingente particular sob comando do ministro de extrema-direita.

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Palestinos no território designado Israel – expropriado durante a Nakba ou “catástrofe”, em 1948, via limpeza étnica – advertem que o objetivo da Guarda Nacional é ferir sua presença no país, em nome de uma supremacia judaica.

Segundo as informações, um comitê instaurado por Tel Aviv para estudar a criação do novo contingente se reuniu dez vezes desde junho. Especialistas de segurança foram convocados ao debate, alguns deles, membros de alto escalão do exército israelense.

Conforme algumas análises, no entanto, o estabelecimento de uma Guarda Nacional ligada diretamente ao ministério de Ben-Gvir, sem quaisquer vínculos com a polícia ou as forças de fronteira, seria um “desastre”.

“Fontes do aparato de segurança creem, conforme deliberações do comitê, que as chances de recomendar a formação da Guarda Nacional como órgão à parte são próximas de zero e que há uma grande oposição a tal medida”, afirmou reportagem do Canal 12.

Ben-Gvir, líder do partido Otzma Yehudit (Poder Judeu), reagiu agressivamente na televisão: “O ministro Gallant desenvolveu um péssimo hábito. Ele envia cartas à imprensa e somente depois decide enviá-las a meu gabinete”.

“Ainda não recebemos sua mensagem, publicada pela mídia hoje à noite [quinta-feira, 10]”, insistiu Ben-Gvir. “De fato, o comitê ainda não chegou a recomendação alguma e sugerimos que não interfira em coisas que nada têm a ver com ele”.

Conforme Ben-Gvir, sua nova milícia tem o aval de Netanyahu: “A decisão de como a guarda vai operar cabe a ele e não ao ministro Gallant. Peço a Gallant, que tenta impedir a reforma na lei e está preocupado em acossar colonos, que não se intrometa nos assuntos da Guarda Nacional. O comitê está quase decidido e encaminharemos sua recomendação dentro de um mês e meio”.

A polícia israelense fica sob responsabilidade do Ministério de Segurança Nacional; as Forças Armadas, sob o comando do Ministério da Defesa.

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