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Bactéria força Londres a remover refugiados de centro de detenção flutuante

Balsa Bibby Stockholm recebe a primeira leva de requerentes de asilo retidos pelo governo britânico em Dorset, Reino Unido, 7 de agosto de 2023 [Rasid Necati Aslim/Agência Anadolu]

O Reino Unido retirou requerentes de asilo de uma balsa destinada a recolhê-los, menos de uma semana depois de transferi-los ao local, após encontrar bactérias do gênero Legionella no fornecimento de água.

As informações foram confirmadas pelo governo em Londres nesta sexta-feira (11), segundo reportagem da agência de notícias Reuters.

No começo da semana, o governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak começou a transferir refugiados ao centro de detenção flutuante Bibby Stockholm, ancorado no litoral sul, como parte de um plano para dissuadir a imigração.

A política representa uma violação ao direito de asilo. Ministros afirmam oferecer serviços e acomodações básicas para conter gastos; ativistas e grupos de direitos humanos denunciam condições desumanas.

“Amostras do sistema de água do Bibby Stockholm registraram níveis altos de Legionella, o que exige investigação”, reportou um porta-voz do Ministério do Interior. “Como precaução, os 39 requerentes de asilo que chegaram à barcaça nesta semana serão evacuados até nova avaliação”.

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A balsa de três andares deve abrigar 500 refugiados em 200 quartos; os índices, no entanto, podem aumentar nas próximas semanas.

A bactéria encontrada na água pode causar a chamada doença dos legionários, infecção no pulmão que os serviços nacionais de saúde descrevem como incomum, porém grave.

O governo insistiu que nenhum indivíduo a bordo apresentou sintomas e que trabalha com a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA) para aplicar os protocolos de saúde e prevenção necessários.

A infecção, contudo, representa um revés aos planos do governo conservador para reprimir a migração ao país, na esperança de angariar votos nas eleições gerais de 2024.

Sunak, cuja política se concentra no combate à migração, tenta ainda deportar refugiados a Ruanda, apesar de dificuldades de tramitação legal.

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