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Netanyahu apoia o congelamento de recursos de educação para áreas árabes

Bezalel Smotrich, legislador israelense de extrema-direita e líder do Partido Sionista Religioso [Gil Cohen-Magen/AFP via Getty Images]

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, confirmou hoje que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está apoiando sua decisão de suspender um plano de apoio ao ensino superior para Jerusalém Oriental ocupada, em meio a crescentes protestos públicos e alegações de racismo.

Smotrich reiterou que os fundos alocados para o desenvolvimento econômico em municípios árabes no estado do apartheid não serão transferidos como planejado inicialmente.

Ele disse à emissora pública Kan: “Estou coordenando com o primeiro-ministro. Eu me encontrei com ele, expliquei a ele e ele apoia esta posição. Recebi seu acordo.”

“A decisão é final, o orçamento não será transferido”, acrescentou Smotrich. “Se encontrarmos maneiras reais de realmente transferir dinheiro para os cidadãos árabes de Israel, ajudaremos onde for necessário.”

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O chefe do Partido Sionismo Religioso afirmou que sua decisão foi tomada para evitar que os recursos caiam no controle do crime organizado. Ele também afirmou que a promoção do ensino superior entre os palestinos em Jerusalém Oriental promove o extremismo e, portanto, não se alinha com os interesses israelenses.

O atual governo, explicou ele, “não está em dívida” com uma promessa feita pelo ex-ministro do Interior, Ayelet Shaked, ao chefe do Partido Ra’am, Mansour Abbas.

Em resposta, o chefe da oposição Yair Lapid esta manhã criticou Smotrich no Twitter, afirmando que “Ao contrário de suas mentiras, os orçamentos congelados por Smotrich para as autoridades locais árabes não estão relacionados ao ‘compromisso do governo anterior’ com o setor árabe.”

“Smotrich maltrata os cidadãos árabes simplesmente porque são árabes”, continuou ele, acrescentando que está “envergonhado que o racismo tenha se tornado uma política oficial do estado de Israel”.

O congelamento de fundos para a educação dos palestinos em Jerusalém Oriental ocorre apesar das autoridades de educação e segurança, incluindo o chefe do Shin Bet e o Conselho de Segurança Nacional de Israel, dizerem que financiar o ensino superior para os palestinos diminuiria o terrorismo.

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O ministro da Inteligência de Israel, Gila Gamliel, criticou a decisão de Smotrich, enfatizando que a inclusão da população árabe na academia traz benefícios sociais, econômicos e de segurança significativos.

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