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Israel expulsa famílias beduínas de suas terras na Cisjordânia ocupada

Crianças com bandeira palestina em Khan al-Ahmar, na região de Jerusalém ocupada, em 23 de janeiro de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Forças israelenses expulsaram seis famílias palestinas da comunidade beduína de al-Qaboun, a leste de Ramallah, na região central da Cisjordânia ocupada, em meio a sucessivos ataques de colonos e soldados.

Hassan Malihat, supervisor geral da Organização al-Baydar em Defesa dos Direitos Beduínos, disse que as famílias não tiveram opção senão deixar suas terras.

Trinta e seis pessoas da família Kaabneh estão entre os deslocados à força.

A comunidade foi expulsa de suas terras originais em 1948, sob a Nakba ou “catástrofe”, como os palestinos descrevem a criação do Estado de Israel via limpeza étnica. Sete décadas depois, “enfrentam outra história de deslocamento”, comentou Malihat.

Malihat reiterou que o pogrom de al-Qaboun é mau presságio a outras comunidades beduínas da Cisjordânia, expostas à limpeza étnica devido ao surto de ataques coloniais.

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Em maio último, trinta e sete famílias beduínas da comunidade de Ein Samiya, também a leste de Ramallah, foram expulsas de suas casas como resultado da violência diária perpetrada por colonos judeus.

Neste contexto, o número de mulheres israelenses com licença para porte de arma aumentou 88% desde janeiro, comparado ao mesmo período de 2022. Segundo a rádio militar israelense, desde a posse do governo de Benjamin Netanyahu, ao menos 510 mulheres obtiveram licença contra 270 no ano passado. Mais de 40% dessas mulheres vivem em assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada, segundo as informações.

O aumento no porte de armas é consistente com o apelo do ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, para armar os colonos o mais breve possível, em meio a uma retórica flagrante de incitação de ódio contra os palestinos.

Todos os assentamentos e seus colonos radicados nos territórios ocupados são ilegais segundo o direito internacional.

Na sexta-feira (4), Qusay Jamal Matan, de 19 anos, foi morto a tiros por um colono na aldeia de Burqa, a leste de Ramallah. Ben-Gvir sugeriu dar-lhe uma medalha. Autoridade Palestina (AP) e Hamas condenaram o crime e as subsequentes falas de Ben-Gvir.

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