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Jornal argelino sugere participação dos Emirados em golpe no Níger

Soldados anunciam deposição do presidente do Níger, Mohamed Bazoum, em pronunciamento na televisão, em 27 de julho de 2023 [Tele Sahel/Agência Anadolu]
Soldados anunciam deposição do presidente do Níger, Mohamed Bazoum, em pronunciamento na televisão, em 27 de julho de 2023 [Tele Sahel/Agência Anadolu]

O jornal argelino Le Soir d’Algerie reportou indícios de que os Emirados Árabes Unidos (EAU) tenham apoiado a tentativa de golpe contra o presidente do Níger, Mohamed Bazoum.

Segundo a reportagem do periódico em francês, a atenção estaria voltada ao embaixador do Níger nos Emirados, ex-chefe do Estado-maior das Forças Armadas, exonerado por Bazoum. Sua presença em Abu Dhabi lhe deu “coragem” para virar a mesa, sugeriu o jornal.

As informações, contudo, coincidem com uma onda de denúncias sem precedentes da mídia argelina contra o papel emiradense no continente africano.

O jornal El Khabar publicou informações de “fontes confiáveis”, segundo as quais o governo do Golfo cometeu “atos hostis” contra a Argélia, sobretudo ao fornecer itens de espionagem ao regime marroquino e seduzir países magrebinos a normalizar laços com Israel.

“Oficiais emiradenses querem, a qualquer preço, impor a presença de seu país na região do Sahel”, advertiu o El Khabar.

Na quarta-feira (26), militares do Níger realizaram um pronunciamento na rede nacional de televisão para anunciar um golpe de Estado, ao dissolver a Constituição, suspender todas as instituições e fechar as fronteiras. Bazoum está detido no palácio presidencial desde então.

O Ministério de Relações Exteriores da Argélia rechaçou o golpe militar, ao descrevê-lo como “ataque inaceitável à ordem constitucional e ao Estado de direito”.

Em nota, a chancelaria indicou acompanhar com apreensão a situação na República do Níger e reafirmou seu compromisso com as ações coletivas da União Africana, incluindo a rejeição categórica a mudanças irregulares de regime.

Argel insistiu que todos devem trabalhar para preservar a estabilidade política e institucional nigerina, para consolidar a segurança do país em meio a desafios e crises multidimensionais que assolam a região.

LEIA: Tunísia evacua residentes da fronteira com Argélia devido a incêndios florestais

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