Vácuo político se agrava no Líbano, gabinete falha em eleger chefe do Banco Central

O gabinete interino do Líbano fracassou nesta quinta-feira (26) em escolher um sucessor ao longevo governador do Banco Central, Riad Salameh, o que significa que a instituição ficará sem liderança a partir de segunda-feira (31).

O país ruma a seu quinto ano de colapso financeiro e paralisação política.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Salameh (72) deixa o cargo na segunda. Após 30 anos como governador, seu  legado é uma economia em frangalhos e denúncias de desvio de recursos públicos – acusações que nega veementemente.

A iminência de um vácuo na governança do Banco Central alimenta temores de ainda maior fragmentação do Estado, como reflexo de divisões que levaram à vacância da presidência e à falta de um gabinete ministerial com poderes plenos há mais de um ano.

O premiê interino, Najib Mikati, e o chefe do parlamento, Nabih Berri, lideram esforços para nomear um novo governador do Banco Central. Contudo, o poderoso grupo Hezbollah e seu aliado cristão, o Movimento Livre Patriota, rejeitaram os avanços.

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A reunião do gabinete desta quinta sequer começou por falta de quórum.

“Hoje, tivemos uma oportunidade de tratar provisoriamente de uma questão relacionada à situação financeira e monetária. Lamentavelmente, cálculos políticos de alguns membros do governo têm prioridade sobre outras matérias”, afirmou Mikati. “Que cada partido carregue sua responsabilidade por sua decisão”.

Conforme a lei libanesa, o primeiro dos quatro vice-governadores assume a chefia do banco com a saída de Salameh. Todos, contudo, ameaçaram renunciar caso nenhum sucessor seja  nomeado, ao alegar que a crise requer um nome definitivo para confrontá-la.

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