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Ministro de extrema-direita de Israel invade Al-Aqsa

O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, invadiu a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, junto de colonos, ao insistir na tese de soberania israelense

Centenas de colonos ilegais, liderados pelo ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, conhecido por suas posições de extrema-direita, voltaram a invadir o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, na manhã desta quinta-feira (27).

As informações são da agência de notícias Wafa.

Os colonos entraram no complexo pelo Portão dos Magrebinos e realizaram ritos talmúdicos no local sob escolta militar israelense.

“Este lugar é importante para nós e temos de voltar a ele e provar nossa soberania”, alegou Ben-Gvir em mensagem de vídeo. “A união nacional de Israel é importante”, acrescentou em referência aos protestos que tomaram o país contra a reforma judicial do governo.

Soldados israelenses impediram fiéis palestinos de atravessar as vielas da Cidade Velha para para realizar suas preces da manhã no complexo islâmico.

É a terceira vez que Ben-Gvir invade Al-Aqsa desde sua posse como ministro, como parte da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em dezembro. Ben-Gvir é conhecido por reivindicar a expulsão dos palestinos nativos de suas terras ancestrais.

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Invasões de colonos a Al-Aqsa se tornaram frequentes, como parte dos esforços sistemáticos da ocupação para apagar a identidade árabe-islâmica de Jerusalém Oriental e impor em seu lugar a soberania judaica.

O sheikh Ekrima Sabri, ex-grão mufti de Jerusalém e proeminente imã de Al-Aqsa, condenou a recente incursão colonial como parte dos esforços israelenses para consolidar seu controle sobre o santuário islâmico.

“O que aconteceu hoje é uma agressão intrusiva”, afirmou Sabri ao Middle East Eye. “Vemos isso como provocação aos muçulmanos. A ocupação tenta impor uma nova realidade sobre Al-Aqsa e as declarações de Ben-Gvir são prova disso. Contudo, não desistiremos de nossos direitos legítimos”.

Sabri sugeriu que o atual governo israelense busca uma escalada “como forma de mitigar a oposição que enfrenta” em âmbito doméstico.

Al-Aqsa é o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos. Judeus extremistas costumam chamá-la de Monte do Templo, em alusão a um suposto santuário da Antiguidade. Há ainda planos de demolir a mesquita, incluindo o Domo da Rocha, patrimônio da humanidade, para erguer o templo em seu lugar.

Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias; em 1980, anexou toda a cidade, medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.

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