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Ministro de extrema-direita de Israel invade Al-Aqsa

O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, invadiu a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, junto de colonos, ao insistir na tese de soberania israelense

27 de julho de 2023, às 14h52

Centenas de colonos ilegais, liderados pelo ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, conhecido por suas posições de extrema-direita, voltaram a invadir o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, na manhã desta quinta-feira (27).

As informações são da agência de notícias Wafa.

Os colonos entraram no complexo pelo Portão dos Magrebinos e realizaram ritos talmúdicos no local sob escolta militar israelense.

“Este lugar é importante para nós e temos de voltar a ele e provar nossa soberania”, alegou Ben-Gvir em mensagem de vídeo. “A união nacional de Israel é importante”, acrescentou em referência aos protestos que tomaram o país contra a reforma judicial do governo.

Soldados israelenses impediram fiéis palestinos de atravessar as vielas da Cidade Velha para para realizar suas preces da manhã no complexo islâmico.

É a terceira vez que Ben-Gvir invade Al-Aqsa desde sua posse como ministro, como parte da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em dezembro. Ben-Gvir é conhecido por reivindicar a expulsão dos palestinos nativos de suas terras ancestrais.

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Invasões de colonos a Al-Aqsa se tornaram frequentes, como parte dos esforços sistemáticos da ocupação para apagar a identidade árabe-islâmica de Jerusalém Oriental e impor em seu lugar a soberania judaica.

O sheikh Ekrima Sabri, ex-grão mufti de Jerusalém e proeminente imã de Al-Aqsa, condenou a recente incursão colonial como parte dos esforços israelenses para consolidar seu controle sobre o santuário islâmico.

“O que aconteceu hoje é uma agressão intrusiva”, afirmou Sabri ao Middle East Eye. “Vemos isso como provocação aos muçulmanos. A ocupação tenta impor uma nova realidade sobre Al-Aqsa e as declarações de Ben-Gvir são prova disso. Contudo, não desistiremos de nossos direitos legítimos”.

Sabri sugeriu que o atual governo israelense busca uma escalada “como forma de mitigar a oposição que enfrenta” em âmbito doméstico.

Al-Aqsa é o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos. Judeus extremistas costumam chamá-la de Monte do Templo, em alusão a um suposto santuário da Antiguidade. Há ainda planos de demolir a mesquita, incluindo o Domo da Rocha, patrimônio da humanidade, para erguer o templo em seu lugar.

Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias; em 1980, anexou toda a cidade, medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.

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