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‘Queima do Torá não é antissemita’, confirma chefe do rabinato na Suécia

Bandeira da Suécia em Malmo [Harry Engels/Getty Images]
Bandeira da Suécia em Malmo [Harry Engels/Getty Images]

Moshe David HaCohen, chefe do rabinato na Suécia, advertiu que a recente queima de uma cópia do Torá não representa um ato direto de antissemitismo, dado que o alvo real não é a comunidade judaica, reportou nesta sexta-feira (14) a rede Ynet News.

“Trata-se de uma tentativa de desafiar a liberdade de expressão e explorá-la para perpetrar crimes de ódio”, explicou HaCohen, presidente da Aliança Judaico-Muçulmana Amanah.

“Esses indivíduos querem testar a que lado tende o sistema, ao ver se permitirá a queima da Bíblia como permitiu do Alcorão”, reiterou o rabino. “Na Suécia, a liberdade de expressão é considerada um valor sagrado”.

Na sexta-feira, a polícia sueca aprovou um pedido para realizar uma queima da Bíblia no dia seguinte, em frente à embaixada israelense de Estocolmo.

O episódio ocorreu duas semanas e meia após uma queima do Alcorão em frente a uma das principais mesquitas da cidade, deflagrando repúdio internacional.

“Nos últimos dias, trabalhamos diligentemente junto da liderança islâmica para impedir que algo assim acontecesse”, acrescentou HaCohen.

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, instruiu sua pasta e o embaixador em Estocolmo, Zvi Nevo Kulman, a agir para conter o evento.

“Queimar uma cópia do Torá é um crime de ódio, uma provocação e uma severa afronta ao povo judeu e suas tradições”, advertiu Cohen. “Peço às autoridades na Suécia que impeçam esse evento ultrajante e não permitam que a queima ocorra”.

Kulman comentou no Twitter: “Condeno em todos os termos a queima de livros sagrados a qualquer religião, como um ato de ódio e desrespeito sem qualquer relação com a liberdade de expressão”.

O presidente israelense Isaac Herzog tuitou: “Condeno inequivocamente a permissão cedida pela Suécia para a queima de livros sagrados. Como presidente do Estado de Israel, repudio a queima do Alcorão, sagrado a muçulmanos em todo o mundo, e me sinto desolado que o mesmo destino aguarda a Bíblia judaica, livro eterno do povo judeu”.

“Permitir a mutilação de textos sacros não constitui um exercício de liberdade de expressão, mas sim incitação gritante e ato de puro ódio”, prosseguiu Herzog. “O mundo inteiro deve se unir em condenar com clareza tais ações repulsivas”.

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