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Prisioneiros palestinos planejam greve de fome contra detenção administrativa

Protesto em solidariedade aos prisioneiros palestinos nas cadeias de Israel, em frente ao escritório da Cruz Vermelha em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 30 de maio de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Prisioneiros palestinos sob detenção administrativa nas cadeias de Israel – sem julgamento ou acusação – planejam lançar uma greve de fome sem prazo definido, a partir deste domingo (18), em protesto às circunstâncias desumanas de sua custódia.

As informações são da agência de notícias Wala.

As notícias sucedem em uma semana um anúncio do Movimento Nacional de Prisioneiros Palestinos sobre a formação de um subcomitê para acompanhamento dos casos de indivíduos em detenção administrativa.

Segundo a ong palestina Addameer, o número de pessoas sujeitas a tais condições de prisão aumenta cada vez mais, batendo sucessivos recordes das últimas duas décadas.

Autoridades israelenses emitiram ou renovaram 1.302 mandados de detenção administrativa desde janeiro deste ano, atingindo 1.200 prisioneiros.

“Em 2022, os palestinos sob detenção administrativa decidiram protestar contra a natureza farsesca das Cortes Militares de Israel, ao lançar um boicote”, recordou a Addameer. “Tamanho ato de coragem teve como objetivo expor injustiças e vieses inerentes desses tribunais: civis julgados pelo exército, julgamento sem defesa, prisões sem acusação”.

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O Movimento Nacional de Prisioneiros Palestinos reforçou apelos por solidariedade a Walid Daqqa, em pena perpétua desde 1986, para libertá-lo antes que seja tarde. Daqqa é paciente oncológico e sua saúde continua a se deteriorar sob negligência médica – prática comum e deliberada nas cadeias de Israel.

“Os presos compreendem os riscos envolvidos [na greve de fome], mas são motivados por sua determinação em contrapor as políticas opressivas da ocupação, em particular, da administração carcerária, incluindo tortura psicológica equivalente a crime de guerra sob o direito internacional”, acrescentou a Addameer.

“Tais práticas não são matéria isolada, mas sim pilar da política sistêmica orquestrada pela ocupação israelense contra o povo palestino”, reafirmou a organização civil. “Essa abordagem abre caminho para prisões arbitrárias, apenas pela alegação de que indivíduos representem ameaça à segurança, mesmo que sejam estudantes ou trabalhadores”.

A Addameer também reivindicou do público e da comunidade internacional maiores denúncias sobre a questão dos prisioneiros administrativos.

“Escrevam a seus representantes e exijam de seus governos que pressionem as autoridades de Israel para banir essa política opressiva e abusiva contra os palestinos. Emitam comunicados e se engajem diretamente com a liderança de Israel, responsável pela agonia de milhares de famílias”, concluiu a Addameer.

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