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Curdistão iraquiano perde US$1.5 bi após Turquia obstruir exportações de petróleo

Queima de gás natural em uma plataforma de petróleo [Scott Peterson/Liaison]

O governo regional do Curdistão no norte do Iraque perdeu mais de US$1.5 bilhão desde que a Turquia interrompeu as importações de petróleo local, afirmou nesta terça-feira (23) o website especializado em finanças Zero Hedge. A produção de petróleo curdo continua a cair; operações estão suspensas há quase dois meses.

A exportação ao porto de Ceyhan na Turquia não mostra sinais claros de retomada desde 25 de março, quando Ancara interrompeu o envio de 450 mil barris de petróleo por dia via gasoduto. O fluxo foi suspenso após o Tribunal Penal Internacional (TPI) determinar que a Turquia deveria pagar US$1.5 bilhão em danos ao Iraque por exportações irregulares.

“Estima-se que a interrupção tenha custado ao governo regional do Curdistão mais de US$1.5 bilhão”, relatou o Zero Hedge. “Campos funcionais agora estão offline ou operam com produção bastante reduzida”.

Cerca de dez dias atrás, a Organização do Estado Iraquiano para o Comércio de Petróleo (Somo) notificou a corporação pública de gasodutos da Turquia que exportações e operações de carga deveriam ser retomadas.

O governo federal iraquiano e o governo regional assinaram um acordo em abril para solucionar a questão e reaver exportações do Curdistão via Turquia. O regime de Recep Tayyip Erdogan, no entanto, manteve a suspensão, a fim de pressionar por uma negociação sobre o litígio.

A economia do Iraque depende do petróleo, que constitui cerca de 90% dos recursos nacionais.

O recesso coincide com um acordo há muito aguardado entre Bagdá e a multinacional francesa Total Energies, para que a empresa dê início a um plano estimado em US$27 bilhões.

Sob o acordo, a Total Energies deve desenvolver quatro projetos de energia renovável, petróleo e gás natural no sul do Iraque, ao longo de 25 anos, com investimento inicial de US$10 bilhões. O acordo de 2021 foi protelado, porém, devido a divergências entre políticos iraquianos.

No mês passado, o Iraque concordou com uma cota menor sobre o projeto (30%), com intuito de enfim lançá-lo, em busca de investimentos externos.

LEIA: Governo Regional do Curdistão no Iraque exige indenização para vítimas de Anfal

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