A canção Dammi Falastine (Sangue Palestino) foi reintroduzida no Spotify depois que acusações de antissemitismo foram refutadas com alegações de que acordos tanto acabam ou são renegociados, e que “canções podem desaparecer e voltar rapidamente quando novos acordos são feitos”.
A canção “Dammi Falastini” (“Meu sangue é palestino”), gravada por Mohammed Assaf, cantor palestino de Gaza, foi removida das plataformas do Spotify e da Apple Music sob alegações de “antissemitismo”. O intérprete recebeu um e-mail justificando a medida.
Em entrevista à rede The New Arab, Assaf declarou surpresa ao descobrir que sua música fora censurada pelas plataformas, mas insistiu que a obra conquistou seu objetivo como “expressão da resistência palestina”.
“Fui conferir minha página oficial do Spotify e da Apple Music e fiquei surpreso que realmente deletaram a canção”, comentou Assaf. “Recebi um e-mail sobre isso, sob pretexto de que a letra menciona o inimigo sionista”.
Segundo a rede Doha News, a censura pelas gigantes do streaming de música serve de resposta a uma petição com quatro mil assinaturas da organização sionista We Believe in Israel (WBII), que alega combater “conteúdos violentos, extremistas e antissemitas”.
O intérprete, hoje com 33 anos, ficou particularmente surpreso pois “Dammi Falastini” tem oito anos desde seu lançamento.
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Não obstante, reafirmou: “Apagar a canção confirma minha luta e, mesmo que o façam, ela está presente na memória e na consciência de todo palestino e de cada cidadão livre”. Para Assaf, a remoção da obra sugere “hostilidade sobre noções de justiça e a liberdade, assim como sobre a causa palestina”.
A medida recebeu forte oposição nas redes sociais, incluindo campanhas por boicote.
Inés Abdel Razek, diretora jurídica do Instituto Palestino por Diplomacia Pública, comentou: “O Spotify deletou a canção “Dammi Falastini”, hit de Mohammad Assaf. Pesquisei em árabe e em inglês. O que é isso, Spotify? É melhor ter uma boa desculpa ou cancelaremos nossas contas”.
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Um usuário nas redes sociais observou que a medida mostra quão “ameaçados” se sentem os grupos sionistas diante de manifestações da vida, da identidade e do patrimônio palestino, em meio a um revés em seu apoio no mundo ocidental.
https://twitter.com/bitterarab/status/1660329930276716546?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1660329930276716546%7Ctwgr%5E59f804fc9c24e1a8a7e2bd74225f6598da78d749%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.middleeastmonitor.com%2F20230522-spotify-and-apple-music-delete-palestine-song-dammi-falastini-following-accusations-of-anti-semitism%2F
Mohammed Assaf se tornou conhecido em 2013, como o primeiro artista palestino a vencer o show de talentos “Arab Idol”. Em 2020, ganhou manchetes após Israel proibir sua entrada nos territórios ocupados.
