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Confrontos em El Geneina, no Sudão, deixam 280 mortos

Peregrinação do Hajj, em Meca, Arábia Saudita, 2 de agosto de 2019 [Halil Sagirkaya/Agência Anadolu]
Peregrinação do Hajj, em Meca, Arábia Saudita, 2 de agosto de 2019 [Halil Sagirkaya/Agência Anadolu]

Duzentas e oitenta pessoas foram mortas e 160 ficaram feridas por confrontos na cidade de El Geneina, em Darfur Ocidental, entre sexta-feira e sábado, após um ataque conduzido por forças paramilitares na região.

As informações foram corroboradas pelo Sindicato dos Médicos do Sudão. De acordo com nota emitida neste domingo (14): “El Geneina passa pelos piores e mais violentos confrontos desde o início da escalada em 23 de abril”.

“É difícil contabilizar as vítimas, mas ao recorrer a fontes médicas e legais radicadas na cidade, estimamos 280 mortos e 160 feridos entre 12 e 13 de maio”, acrescentou.

“Milícias vestidas com uniformes das Forças de Suporte Rápido invadiram a cidade em veículos e motocicletas; batalhas ferozes incidiram entre grupos armados, incluindo tropas formadas por cidadãos locais, levando a centenas de baixas entre civis e ambos os lados”.

Prosseguiu o sindicato: “No domingo, tiros e bombas persistiram pelo terceiro dia seguido, após ataques contra diversos bairros da cidade”.

A nota reforçou apelos para que a comunidade internacional, Estados Unidos e União Africana “imponham um cessar-fogo, concedam assistência necessária e façam o que é esperado deles em relação aos civis e deslocados”.

“As forças do golpe [isto é, o exército] e remanescências do regime deposto [de Omar al-Bashir] atacaram com tanques e artilharia pesada diversos bairros residenciais em El Geneina”, relatou o sindicato. “No domingo, ao menos 20 pessoas morreram e dezenas foram feridas. A artilharia indiscriminada destruiu também diversas instalações”.

Em 27 de abril, o Sindicato dos Médicos do Sudão confirmou a morte de dezenas de pessoas em El Geneina, no oeste do país. Um dia antes, a imprensa local reportou 90 mortos em três dias de confrontos entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido, que evoluíram a um conflito entre tribos árabes e massalites.

Na ocasião, a Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou receios sobre a evolução dos confrontos a uma escala sectária tribal, em particular, na região de El Geneina.

Desde 15 de abril, uma escalada toma o Sudão, após se deflagrarem batalhas na capital entre as Forças Armadas, chefiadas pelo general Abdel Fattah el-Burhan, e as Forças de Suporte Rápido, de seu vice, Mohamed Hamdan Dagalo. Centenas morreram, a maioria civis.

Burhan e Dagalo dividiam o poder executivo no país desde o golpe militar de outubro de 2021, quando depuseram o governo de transição. As partes, no entanto, entraram em impasse sobre a integração das Forças de Suporte Rápido, grupo paramilitar, às tropas regulares do país.

LEIA: Conselho de Direitos Humanos da ONU aprova resolução sobre o Sudão

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