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Exército sudanês acusa países vizinhos de armar grupo rival

Confrontos entre as Forças Armadas do Sudão e as Forças de Suporte Rápido na capital Cartum, em 19 de abril de 2023 [Ahmed Satti/Agência Anadolu]

O exército sudanês sugeriu nesta terça-feira (17) ter “informações precisas” e “fortes indícios” de uma conspiração e envolvimento de “partes regionais” no conflito em curso contra as Forças de Suporte Rápido, que se deflagrou no último fim de semana.

Em comunicado, declarou o exército: “Acompanhamos informações precisas sobre o processo de conspiração e fortes indícios do envolvimento de partes regionais e locais, que divulgaremos em um momento oportuno”.

O exército sudanês afirmou ontem à noite ter assumido o controle do aeroporto de Merowe, no norte do país. Um vídeo online mostra o momento em que soldados se posicionaram dentro do aeroporto, em meio aos destroços de veículos pertencentes ao grupo paramilitar.

No vídeo, um dos soldados relata uma batalha feroz e vitória do exército.

Conforme o jornal Sudan Tribune, Shams al-Din Kabbashi – membro do Conselho Soberano de Transição, que governa o país norte-africano – reiterou: “Temos confirmação de que dois países vizinhos estão fornecendo apoio às Forças de Suporte Rápido, um dos quais situado a oeste”.

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Dois aviões entregaram munições e suprimentos encaminhados a áreas de combate, segundo o relato. Houve uma tentativa de pousar um outro avião em Merowe, insistiu Kabbashi.

Kabbashi não apontou dedos, mas deu a entender que o apoio veio de atores armados não estatais que têm autonomia e poder suficientes para tanto.

Anteriormente, disse o exército: “Rebeldes tentaram fugir do aeroporto de Merowe e saquear a cidade, sendo necessária uma ação decisiva da força aérea, que lhes causou pesadas perdas”.

Pelo quarto dia consecutivo, o Sudão vivenciou confrontos entre o exército regular e as Forças de Suporte Rápido, organização paramilitar incorporada ao regime, na capital Cartum e outras cidades do país.

As Forças de Suporte Rápido foram formadas em 2013 para dar apoio ao governo contra grupos rebeldes da região de Darfur. Mais tarde, assumiram outras tarefas como o combate à migração irregular nas fronteiras e manutenção da segurança.

Com a deflagração dos novos confrontos em 15 de abril, no entanto, o exército declarou seus ex-aliados como “organização rebelde”.

De acordo com as Forças Armadas, “a situação geral é estável, exceto por confrontos restritos nas proximidades do centro de comando e do aeroporto”.

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