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Anistia acusa Ocidente de ‘dois pesos, duas medidas’ ao abordar direitos humanos

Agnes Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

A Anistia Internacional acusou os países ocidentais de empregar “dois pesos, duas medidas” ao abordar violações de direitos humanos. A denúncia foi reforçada no Relatório Anual de 2022 da organização humanitária, divulgado nesta segunda-feira (27).

“A resposta do Ocidente à invasão da Rússia na Ucrânia reiterou uma abordagem de dois pesos, duas medidas, em meio a reações inconsequentes sobre tantas outras violações da Carta das Nações Unidas”, declarou a Anistia.

“A resposta robusta do Ocidente à agressão russa contra a Ucrânia contrasta fortemente com uma lamentável inação sobre violações gravíssimas cometidas por aliados, entre os quais, Israel, Arábia Saudita e Egito”, acrescentou.

O relatório destaca resposta assimétrica sobre direitos humanos em todo o mundo e falta de união da comunidade internacional sobre valores e direitos universais.

Agnes Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, descreveu a invasão de Moscou ao país vizinho como exemplo “arrepiante” do que pode acontecer quando os estados pensam que podem “desrespeitar a lei internacional e violar direitos humanos” sem consequências.

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“Respostas à invasão à Ucrânia nos deram alguma evidência do que pode ser feito quando há vontade política”, destacou Callamard. “No entanto, quando direitos palestinos são violados, a resposta é muito diferente. Em vez de exigir o fim desse sistema de opressão, muitos governos ocidentais escolheram atacar aqueles que denunciam o apartheid israelense“.

Segundo a Anistia, a aplicação de padrões duplos encoraja regimes a evadir e ignorar denúncias de violações humanitárias, além de catalisar perseguição e repressão. Callamard reivindicou que a resposta à guerra na Ucrânia se torne “modelo” para lidar com abusos.

O relatório – “O estado dos direitos humanos no mundo” – também critica veementemente a brutal repressão de Teerã aos protestos populares contra o regime, após a morte em custódia de Mahsa Amini, bem como as tentativas de Pequim de intimidar manifestantes.

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