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Somália deve enfrentar 135 mortes por dia no período de seca, alerta relatório

Solo destruído pela seca [Ömer Ürer/Agência Anadolu]

Recordes de seca varrendo no Chifre da África podem levar a 135 mortes por dia na Somália de janeiro a junho, revelou ontem (20) um estudo do ministério da saúde do país, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O estudo projetou um total de 18.100 a 34.200 mortes por causa da seca na Somália “durante os primeiros seis meses de 2023”.

“Estima-se que 43 mil mortes possam ter ocorrido em 2022 na Somália devido à escalada da seca … mais do que no primeiro ano da crise de seca entre 2017 e 2018”, observou o relatório.

Mamunur Rahman Malik, enviado da OMS na Somália, reiterou à imprensa que sua organização corre contra o tempo para salvar vidas. “O custo da inação significa que crianças, mulheres e outras pessoas carentes pagarão com suas vidas, enquanto testemunhamos impotentes e sem esperança se desenrolar tragédia”, alertou Malik.

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Mais de um milhão de pessoas tiveram de deixar suas casas em busca de comida e água; cinco milhões de pessoas vivem sob insegurança alimentar severa; e quase dois milhões de crianças correm risco de desnutrição grave.

O estudo apontou ainda que a ONU precisa de mais de $2,6 bilhões para atender às prioridades de 7,6 milhões de pessoas no ano corrente.

Em contexto semelhante, a OMS advertiu que aproximadamente cem mil somalis enfrentam níveis catastróficos de fome devido à pior seca a atingir a região em quarenta anos.

Em 2011, o país do leste africano foi atingido por uma fome que matou 260 mil pessoas – mais da metade, crianças. Em 2017, ao menos seis milhões de pessoas – mais da metade, crianças – tornaram-se dependentes de ajuda humanitária devido à seca prolongada na região.

O estudo foi encomendado pelo escritório regional da Unicef e pelo escritório da OMS no país, realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e pelo Imperial College.

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