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Conheça o primeiro time de futebol com baixa estatura de Gaza

Cinco jogadores se juntaram ao primeiro time de futebol da Faixa de Gaza para pessoas com baixa estatura. Os atletas treinam e se preparam para participar de torneios fora do território sitiado logo após o Ramadã.

Cinco jogadores se juntaram ao primeiro time de futebol da Faixa de Gaza para pessoas com baixa estatura. Os atletas treinam e se preparam para participar de torneios fora do território sitiado logo após o Ramadã.

Formado pela Associação de Futebol da Palestina para Amputados (AHLIA), a equipe faz parte da seleção nacional de futebol de baixa estatura da Palestina, estabelecida no Líbano em 2021 e reconhecida pela Associação Nacional de Futebol.

Em meio aos apitos e aplausos de torcedores que encheram o ginásio em Gaza, os jogadores expressaram sua esperança de que o time “mude a imagem da sociedade em relação às pessoas com baixa estatura e leve a bandeira da Palestina para o mundo”.

O time deve disputar sua primeira partida no Marrocos em maio.

Alaa Miqdad (40), com 1,18 m de altura, trabalha como palhaço há 21 anos. Ele expressou alegria em se juntar ao primeiro time de futebol para pessoas com baixa estatura em Gaza.

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“Há anos, praticamos o esporte como hobby e jogamos com nossos amigos em nossos bairros ou em clubes esportivos, mas pela primeira vez sentimos uma entidade que nos reúne dentro de um único time, e nos dá esperança de colaborar com a comunidade”, afirmou Miqdad.

“A visão da sociedade em relação às pessoas com baixa estatura mudou com a conscientização. Este grupo foi alvo de bullying muitos anos atrás, mas hoje são parte importante da sociedade”, acrescentou o atleta.

Seu companheiro de equipe, Haitham Al-Sakka (34) discorda. Oficial de programas comunitários em uma instituição britânica em Gaza, ele acredita que a sociedade não mudou muito sua visão em relação às pessoas com baixa estatura.

“As dificuldades enfrentadas pelas pessoas de baixa estatura na Faixa de Gaza repousam na forma como a sociedade ainda não nos aceita e trata como deficientes”, observou. “Essa visão afeta a nossa participação na comunidade e acesso a saúde, educação e emprego.”

“No entanto, continuamos a quebrar esse tabu, por meio de nossa participação em atividades comunitárias”, continuou. “Essa questão nos pertence. Estamos em campo hoje e somos nós que fazemos a mudança”.

Al-Sakkar “começou a jogar futebol quando era estudante e desenvolveu essa habilidade por conta própria”. Segundo o atleta, sua equipe realiza agora um “treinamento intensivo antes da próxima partida”.

O chefe da Associação de Futebol da Palestina para Amputados, Fouad Abu Ghalioun, explicou que a equipe enfrentou dificuldades financeiras e técnicas desde sua formação e luta para encontrar patrocínio, especialmente por ser a primeira equipe desse tipo na Faixa de Gaza.

A equipe também enfrenta dificuldades em relação à saúde dos jogadores. “Não temos conhecimento completo da saúde deles, como a capacidade de suportar choques da bola, a condição física no campo e a habilidade de reagir rapidamente”.

Contudo, a associação desenvolve pesquisas, comunicando-se com médicos do exterior para garantir que a prática favoreça a saúde da equipe.

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