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Religioso saudita deixa o país após criticar reformas do regime

Emad Al-Moubayed, ex-sheikh da Mesquita Rei Abdulaziz em Dammam, deixou o reino sob receios de que seria preso por criticar políticas reformistas do governo

O religioso saudita Emad Al-Moubayed confirmou ter fugido do reino porque “todas as portas se fecharam para afirmar a verdade e rejeitar a maldade” no país.

Em vídeo no Twitter, declarou Al-Moubayed: “Eu queria poder falar do meu púlpito, na minha mesquita, entre os meus, mas se continuasse a fazê-lo, sofreria o mesmo destino que meus colegas oradores, pregadores e eruditos; sofreria prisão, abuso e julgamentos injustos”.

Al-Moubayed fez alusão a clérigos detidos pela monarquia desde 2017, incluindo Salman Ouda.

Al-Moubayed argumentou que o êxodo faz parte do Islã e é uma opção para aqueles que não podem “pregar a religião do Deus Todo-Poderoso ou propagar a religião de Deus, ou quando se teme ser submetido a danos e dor”.

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O religioso islâmico fez um apelo para que outros estudiosos e pregadores deixem o país: “Oh, boas pessoas de meu país, se vocês não são capazes de expressar a verdade dentro do país, e sei que sofrem com os males que vivemos, se não são capazes de elucidar a verdade, não há opção senão o êxodo, seguindo o exemplo dos profetas e homens justos que vieram antes de vocês”.

Acredita-se que Al-Moubayed tenha pousado em Londres, no Reino Unido, no início desta semana, após fugir da Arábia Saudita.

Previamente, no Twitter, o sacerdote advertiu contra as reformas sociais implementadas nos últimos anos pelo governo do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman. Al-Moubayed continuou pediu às autoridades “temor a Deus”, para dissuadi-las de políticas responsáveis, sob seu ponto de vista, por “apagar a fé islâmica e substituí-la por outras identidades”.

No dia seguinte, no entanto, Al-Moubayed postou um novo vídeo no qual contrapôs seus comentários, enquanto lia um pedaço de papel na mesa à sua frente. Rumores indicam que a cena foi encenada após Al-Moubayed ser detido.

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