Fontes palestinas informaram que Israel começou a instalar novos blocos de cimento na aldeia de Qaffin, ao norte de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, com objetivo de separar os residentes nativos de milhares de acres de terras agrárias.
O muro de concreto deve se estender de Salem a Tulkarem, com nove metros de altura e 45 km de extensão, equipado com torres fortificadas e aparatos eletrônicos de vigilância.
O camponês Muhammad Saeed destacou à rede Sputnik: “Os fazendeiros de Qaffin vão perder acesso a cinco mil dunums (1.235 acres) de terras, além de dezenas de milhares de dunums nas aldeias vizinhas”.
“Antes, a gente entrava por três dias e eles, às vezes, nos impediam sob pretexto de segurança; com o novo muro, a gente vai ser totalmente proibido de entrar, a fim de tomar nossas terras”, acrescentou Saeed.
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Tayseer Amarneh, prefeito de Akaba, no distrito de Tulkarem, comentou: “São terras palestinas; porém, com a construção do muro, não teremos mais acesso a elas sob pretexto de segurança. Nossas terras serão roubadas sob tais razões espúrias”.
“Eles instalaram a cerca e disseram que era uma cerca de segurança; hoje, constroem um muro pela mesma razão”, prosseguiu Amarneh. “E assim, são os palestinos que perdem as terras que cultivam há gerações”.
Em novembro, o então ministro da Defesa de Israel Benny Gantz aprovou a construção do muro no norte da Cisjordânia, estimado em cem quilômetros de extensão.
Israel começou a erguer seu “muro do apartheid” na Cisjordânia ocupada em 2022. O Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários reporta que a barreira tem 712 km de extensão e que 85% da estrutura repousa sobre territórios ocupados.
Dois anos depois, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) determinou que o muro é ilegal.
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