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Se Israel quer um conflito, ‘estamos preparados’, alerta rei da Jordânia

Rei da Jordânia Abdullah II (à esquerda) participa da posse do parlamento nacional em Amã, 13 de novembro de 2022 [Corte Real Hachemita/Agência Anadolu]
Rei da Jordânia Abdullah II (à esquerda) participa da posse do parlamento nacional em Amã, 13 de novembro de 2022 [Corte Real Hachemita/Agência Anadolu]

O Rei da Jordânia Abdullah II afirmou à rede CNN que seu país está “pronto” para um eventual conflito com o novo governo israelense, cujos elementos de extrema-direita ameaçam deflagar uma série de avanços na Cisjordânia ocupada.

“Se Israel quiser entrar em conflito conosco, estamos preparados”, enfatizou Abdullah a Becky Anderson, em entrevista exclusiva à CNN. “Gosto de pensar que o copo está meio cheio, mas há certos limites intransponíveis … Caso queiram transpô-los, lidaremos com isso”.

O monarca fez alusão às mudanças em potencial do status islâmico e cristão dos lugares santos de Jerusalém ocupada, que permanecem sob custódia da Jordânia.

“Temos de ter cuidado sobre uma próxima intifada”, prosseguiu Abdullah. “Caso aconteça, será um colapso completo da lei e da ordem. Nem israelenses nem palestinos se beneficiarão disso”.

“Todos na região estão preocupados, incluindo aqueles em Israel que compartilham da mesma opinião que nós, para garantir que isso não ocorra”, acrescentou.

Ao citar os deputados de extrema-direita Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, parceiros na nova coalizão de governo do premiê eleito Benjamin Netanyahu, advertiu Abdullah: “Não penso que esses indivíduos estão apenas sob radar da Jordânia, mas sim de todo o mundo. Tenho de crer que há muita gente em Israel que está preocupada como nós”.

“No fim do dia, o povo israelense tem o direito de escolher quem quer que seja para liderá-los”, insistiu o monarca. “Vamos trabalhar com toda e qualquer pessoa, enquanto for possível reunir as pessoas”.

O rei Abdullah defendeu a “extrema” importância de integrar Israel à região, mas insistiu: “Isso não vai acontecer a menos que haja um futuro para os palestinos”.

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