Cataris usam braçadeiras pró-palestinas em meio aos símbolos políticos na Copa do Mundo

Vários cataris usaram braçadeiras com um desenho pró-palestino na partida Japão-Alemanha da Copa do Mundo na quarta-feira, de acordo com fotos postadas no Twitter, em meio a uma disputa sobre quais símbolos políticos são permitidos no principal evento do futebol, conforme relata a Reuters.

As braçadeiras traziam o desenho em preto e branco do lenço keffiyeh, sinônimo da causa palestina, e foram uma aparente resposta aos jogadores e dirigentes que protestavam contra a decisão da FIFA de sancionar jogadores que usam a braçadeira “OneLove” em campo.

A Reuters confirmou que as fotos do Twitter foram feitas no estádio.

Perto dali, a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, ostentava a braçadeira OneLove, que apresenta um coração listrado multicolorido que promove a inclusão e se opõe à discriminação.

Na semana passada, sete times europeus abandonaram os planos de usar a braçadeira em campo depois que a FIFA os ameaçou com sanções.

Antes do pontapé inicial na quarta-feira, os jogadores da Alemanha colocaram as mãos sobre a boca durante uma foto da equipe em protesto contra a decisão da Fifa.

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O Japão derrotou a Alemanha por 2 a 1. Os dirigentes do Catar parecem cada vez mais irritados com o que consideram uma crítica injusta à decisão de conceder ao Catar os direitos de sediar a Copa do Mundo, especialmente por dirigentes alemães, incluindo Faeser.

A Copa do Mundo, a primeira a ser realizada em um país do Oriente Médio, concentrou os holofotes nos direitos LGBTQIa+ no Catar, onde a homossexualidade continua ilegal, mas alguns moradores queer dizem que seus pares em toda a região do mundo árabe sofrem ainda mais restrições..

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Alguns incidentes altamente divulgados de agentes de segurança impedindo que portadores de ingressos vestindo designs de arco-íris pró-LGBT+ entrassem nos estádios da Copa do Mundo alimentaram o debate sobre quais símbolos políticos são permitidos nos jogos.

O torneio também estimulou sentimentos pró-palestinos entre alguns locais, especialmente em resposta à decisão do governo do Catar de permitir voos diretos de Tel Aviv para a Copa do Mundo, bem como uma delegação de diplomatas israelenses para cuidar da logística.

Estima-se que 10.000 a 20.000 torcedores israelenses visitem o Catar até o final do torneio.

Os israelenses geralmente são impedidos de visitar o Catar, que não reconhece oficialmente Israel e pede o estabelecimento do estado palestino como condição para o reconhecimento.

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