clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Controle de Israel sobre a Área C custa US$2.5 bi aos palestinos anualmente, alerta ONU

24 de novembro de 2022, às 11h35

Danos deixados por um ataque israelense contra uma residência palestina em Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 24 de julho de 2022 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Restrições impostas pelas autoridades israelenses sobre o desenvolvimento do povo palestino na chamada Área C, da Cisjordânia ocupada, custaram à economia local US$50 bilhões entre os anos de 2000 e 2020, advertiu a Organização das Nações Unidas (ONU) em documento emitido nesta quarta-feira (23).

A Área C constitui cerca de 61% da Cisjordânia ocupada e permanece sob controle absoluto das autoridades ocupantes. As restrições instauradas sobre a vida local custam em torno de US$2.5 bilhões por ano.

“Apesar das diversas resoluções da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança da ONU, que reafirmam a ilegalidade, sob a lei internacional, dos assentamentos e da aquisição de territórios à força, tais áreas continuam a crescer e se expandir”, alertou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Neste entremeio, o acesso do povo palestino às áreas remanescentes da Cisjordânia permanece “pesadamente restrito”, prosseguiu o relatório.

Sob os Acordos de Oslo, firmados em 1995 por Israel e pela então fundada Autoridade Palestina (AP), preveem que a área constituída por Cisjordânia e Jerusalém Oriental seja dividida em três partes: Área A, B e C. Cerca de 400 mil palestinos vivem na Área C, submetidos a pleno controle militar por parte da ocupação.

LEIA: Israel rejeita 116 planos para expandir cidades palestinas na Cisjordânia

O relatório corroborou que Israel impede os palestinos de conduzir projetos de construção civil na chamada Área C, mas favorece a expansão dos assentamentos ilegais.

Alvarás de construção são taxados de maneira exorbitante aos palestinos empobrecidos, com o intuito de criar um vazio demográfico e estrutural que permita a Tel Aviv anexar cada vez mais terras originárias. Para tanto, os palestinos são privados de projetos de infraestrutura.

O estado sionista, em contrapartida, defere obras de milhares de unidades residenciais situadas nos assentamentos ilegais, construídos em terras palestinas.

“Encerrar essas restrições daria à economia palestina uma base bastante necessária de recursos naturais e financeiros para o desenvolvimento e para reverter a tendência de aprofundamento da crise fiscal e de privação socioeconômica”, concluiu o relatório.