Um homem no Egito divorciou-se de sua esposa na noite do matrimônio, sob alegações de que ela não era virgem. Em resposta, o pai da noiva a obrigou a passar por um teste de virgindade, a fim de “calar todos que duvidassem da honra” de sua filha.
O teste, segundo relatos, confirmou que o hímen da jovem noiva estava intacto.
Um vídeo circulou nas redes sociais da moça sobre os ombros do pai. Um homem celebrava no microfone: “A virgem honrada está de volta”.
A lua-de-mel é regularmente descrita como uma ocasião de humilhação das mulheres egípcias. Certas culturas esperam que moça sangre nos lençóis brancos para comprovar sua virgindade.
Usuários das redes sociais lamentaram o divórcio, a exposição pública e o fato de que a noiva é menor de idade. “Trata-se de uma realidade podre, que humilha mulheres e meninas para que provem sua honra à sociedade”, comentou um usuário.
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Um advogado egípcio registrou uma queixa na Promotoria Pública pois a noiva tinha apenas 15 anos de idade no momento do matrimônio.
“Não consigo entender o que acontece om os países árabes”, questionou outro usuário. “Aqui ao lado ocorre o mais importante evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo, mas o berço da civilização [o Egito] ainda discute sobre a virgindade de uma menina”.
“É algo muito triste”, acrescentou.
O vídeo coincide com um árduo debate sobre os direitos das mulheres no Egito, após uma onda de violência de gênero no país, que pôs sob dúvidas a proteção legal e social a casos de assédio, agressão e violência sexual.
O caso de maior destaque foi da estudante Naira Ashraf, de 21 anos, esfaqueada 19 vezes em frente a Universidade de Mansoura, em meados deste ano. Após sua morte, surgiram provas de que a vítima solicitou duas ordens de restrição contra o assassino, que lhe pedia em casamento; contudo, sem aval.
A autópsia de Naira concentrou-se em sua virgindade, ao invés da causa do óbito.
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