A Ministra da Educação de Israel Yifat Shasha-Biton aprovou um novo livro didático de estudos cívicos que ensina os estudantes que a identidade judaica está acima de seu compromisso com valores democráticos, direitos humanos e ideais de igualdade, reportou nesta terça-feira (15) a rede de notícias Arab48.
Shasha-Biton deferiu a cartilha apesar de críticas contumazes de especialistas de seu ministério e ongs voltadas ao setor de ensino. A ministra insiste que o conteúdo não foi alterado, somente atualizado.
Segundo o professor Mordechai Kremnitzer, o novo livro didático “repassa aos estudantes uma noção bastante clara de superioridade judaica”.
Kremnitzer associou o impacto do currículo israelense, em geral, com os resultados das eleições realizadas no estado sionista no início de novembro, que culminaram em uma nova ascensão da extrema-direita. Conforme o pesquisador, materiais didáticos “foram sequestrados por um lado específico da direita [israelense] e alterados sob seus ideais”.
O conteúdo de ensino ignora pontos de vista críticos, assim como os milhões de palestinos que vivem sob ocupação militar. A obra tampouco sugere problemas de igualdade socioeconômica e discriminação sistêmica na Palestina histórica – incluindo o território designado Israel, ocupado em 1948, via limpeza étnica.
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Segundo a reportagem da Arab48, a cartilha sequer menciona leis básicas cujo intuito é garantir princípios de liberdade e dignidade humana; não obstante, discorre sobre os tópicos da “lei de nacionalidade judaica” e da “superioridade central dos judeus”.
Além disso, o texto pouco ou nada fala dos cidadãos cristãos e muçulmanos de Israel.








