O governo militar do Egito ordenou a derrubada em massa de árvores na cidade do Cairo, para abrir espaço a um estacionamento e um restaurante flutuante.
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O regime de Abdel Fattah el-Sisi busca impor projetos de “urbanização” na capital, ao derrubar árvores de longa data – figueiras, acácias e palmeiras – e cortar bairros inteiros com rodovias.
No fim de setembro, autoridades começaram a remover o parque Lotus, um jardim público nos subúrbios de Madinet Nasr, com intuito de substituí-lo por um estacionamento.
Entre agosto de 2019 e janeiro de 2020, o bairro de Heliópolis perdeu quase 400 mil m² de área verde, equivalente a 50 campos de futebol, incitando receios de maior poluição e contenção de calor nas zonas urbanas.
O espaço foi devastado pelo governo com intuito de construir seis rodovias em direção à Nova Capital Administrativa – projeto basilar da ditadura de el-Sisi. Segundo a mídia estatal, as obras custaram cerca de US$450 milhões aos cofres públicos.
Residentes não costumam ser consultados sobre as obras, de modo a despertarem de manhã e serem surpreendidos por uma barricada e um trator na porta de suas casas.
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Grupos de direitos humanos reiteram que o regime egípcio não concede explicações sobre por qual razão é preciso destruir as áreas verdes para avançar com seus planos de desenvolvimento.
Os megaprojetos são notoriamente prejudiciais ao meio-ambiente.
Sisi tenta vender sua capital como “cidade verde”, com uma área de natureza duas vezes maior que o Central Park de Nova York. Porém, o volume de lixo e as demandas de eletricidade e água para as obras parecem não poupar recursos.
A destruição de áreas verdes no Egito é uma política de anos. Em 2018, parlamentares pediram ao executivo que implementasse novas medidas para proteger as árvores.
Na ocasião, autoridades avançavam em Mokattam, Ismailia, Cidade de Nasr e Nova Heliópolis, a fim de abrir caminho para novos bairros residenciais, rodovias e pontes.
As questões ambientais no Egito, não obstante, tornam-se gradualmente foco de escrutínio por parte da comunidade internacional, à medida que se aproxima a Conferência do Clima da ONU (COP27), sediada neste ano no balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho.
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