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Israel aponta colono como próximo comandante das Forças Armadas

Herzi Halevi, chefe do Comando Sul do Exército de Israel [Eliezer M. Goldstock/Facebook]

O governo israelense escolheu neste domingo (23) o colono sionista Herzi Halevi como próximo chefe do Estado Maior das Forças Armadas, reportou o jornal local The Jerusalem Post.

Halevi, 54 anos, é ex-comandante do Serviço de Inteligência Militar de Israel e será empossado como o 23º comandante máximo do exército ocupante em 2023, para substituir o incumbente Aviv Kochavi.

Após a escolha, a advogada palestina Diana Buttu comentou que ter um colono como chefe das Forças de Defesa de Israel (FDI) incita apreensão sobre deterioração ainda maior da conduta do exército referente aos cidadãos nativos, ao implicar maior arraigamento da ocupação e prejuízo às possibilidades de se instaurar um estado palestino independente em suas terras ancestrais.

Neste entremeio, durante a abertura do encontro de gabinete que deferiu Halevi, o Ministro da Defesa Benny Gantz – também ex-chefe do Estado-Maior – enalteceu o general como “agente ético”. “Não tenho dúvidas de que este é o homem certo para chefiar nossas Forças Armadas”.

O primeiro-ministro Yair Lapid comentou a escolha: “O componente crítico da força israelense é a qualidade de nossas tropas e comandantes. O major-general Halevi se junta hoje a uma longa e seleta corrente de comandantes comprometidos e corajosos, que sempre souberam como marchar adiante em nosso projeto nacional”.

O presidente Isaac Herzog desejou “sucesso” a Halevi em sua conta no Twitter, ao descrevê-lo como “oficial altamente bem-sucedido e eficaz que conheço e estimo há anos”.

LEIA: Israel mata seis palestinos em Nablus, na Cisjordânia ocupada

Halevi vive com sua esposa e quatro filhos em Kfar Haoranim, um assentamento ilegal radicado na Cisjordânia ocupada.

A imprensa israelense confirmou neste ano que o número de colonos nos territórios ocupados aumentou em 43% desde 2011. A rede Israel Today estimou a população de colonos ilegais em 491.923 pessoas em janeiro último, espalhadas por 150 assentamentos. O número, no entanto, exclui cerca de 218 mil colonos que vivem em Jerusalém ocupada.

O periódico israelense sugeriu que, até o fim deste ano, o número de colonos no Vale do Jordão e na Cisjordânia deve extrapolar meio milhão de pessoas – meta estabelecida pelo Conselho de Yesha, administrado por radicais sionistas.

Todos os colonos israelenses, seus assentamentos e “postos avançados” são ilegais conforme a lei internacional.

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