Mais da metade do contingente militar de Israel opera hoje nas cidades e aldeias palestinas da Cisjordânia ocupada, confirmou nesta quinta-feira (13) o Ministro da Defesa Benny Gantz.
“Vivemos um momento tenso e, às vezes, doloroso”, reafirmou o político sionista e ex-general. “Vivenciamos atividades militares de larga escala. Cinquenta porcento ou mais de nossas forças de segurança operam na Judeia e Samaria [Cisjordânia ocupada]. Estamos em todos os cantos, a todo instante. Estamos certos em nos concentrarmos ali – continuaremos assim”.
“No entanto, há necessidade de intensificar esforços ofensivos e defensivos contra a população palestina, assim como operações para impedir a incitação ao terrorismo [sic] nas redes sociais”, prosseguiu o ministro, em referência a manifestações de solidariedade à resistência legítima do povo nativo sob ocupação ilegal.
“É importante estarmos devidamente prontos a qualquer atrito e, caso haja necessidade, nosso exército tem de expandir suas operações”, reafirmou Gantz.
Suas ameaças coincidem com um cerco ao campo de refugiados de Shuafat e à aldeia de Anata, na região de Jerusalém ocupada. Tropas sionistas fecharam todos os acessos às comunidades e executaram invasões em casas e lojas, além de assediar residentes e atacá-los com canhões de água e bombas de gás lacrimogêneo.
Ativistas e comitês locais advertiram para o esgotamento das reservas alimentares caso o cerco continue. Empresas e entes humanitários foram proibidos pelas tropas israelenses de entrar na área e entregar insumos básicos à população carente.
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Segundo relatos, soldados sionistas invadiram nesta quarta-feira (12) uma série de mesquitas e dezenas de lojas e apreenderam registros de câmeras de segurança.
Em entrevista concedida nesta quinta-feira à rede Ynet News, Gantz destacou ainda as ações do grupo conhecido como Toca do Leão – brigada da resistência palestina que opera na cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada, que emergiu em agosto após o assassinato do residente árabe Ibrahim al-Nabulsi.
“Nablus, sobretudo a Cidade Velha, e a região de Jenin são nossos maiores desafios”, confirmou o ministro. “Portanto, fortalecemos nossas ações, nossa inteligência e nossos esforços ofensivos e defensivos nas áreas em questão”.
“No fim, chegaremos a eles”, insistiu o político às vésperas da quinta eleição israelense em quatro anos. “Este é um grupo de cerca de trinta pessoas, mas iremos pegá-los. Este grupo terá seu fim e espero que seja tão breve quanto possível”.
Ao menos 170 palestinos foram mortos por soldados israelenses desde janeiro deste ano. Quatro foram executados por soldados da ocupação somente no último fim de semana.
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