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Israel exige de turistas informações sobre ‘interesses amorosos’ na Palestina

Estrangeiros que visitarem a Cisjordânia devem informar o Ministério da Defesa de Israel caso se apaixonem por palestinos, segundo novas diretrizes da ocupação
Regras israelenses dizem que visitantes da Cisjordânia devem declarar interesse amoroso
Regras israelenses dizem que visitantes da Cisjordânia devem declarar interesse amoroso

Estrangeiros que visitarem a Cisjordânia devem informar o Ministério da Defesa de Israel caso se apaixonem por palestinos, segundo novas diretrizes da ocupação.

O novo regulamento delineado pela COGAD – Coordenadoria de Atividades do Governo dos Territórios [ocupados] – entram em vigor nesta segunda-feira (5) e não se aplicam a turistas com destino aos assentamentos ilegais.

As regras foram proteladas duas vezes antes devido a contestações legais.

Segundo a rede BBC News, se um casal decidir consumar seu matrimônio, será imputado a ambos deixar o território por um ano e maio após 27 meses, com o propósito de testar seu relacionamento.

A medida controversa é parte da escalada repressiva de Israel contra estrangeiros que vivem ou desejam visitar os territórios palestinos.

Além disso, caso o relacionamento comece após a chegada do turista na Cisjordânia, o casal tem de notificar as autoridades coloniais dentro de 30 dias de engajamento, matrimônio ou coabitação – “o que quer que ocorra primeiro”.

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“Um estrangeiro casado com um residente, ou que constitua casal, deve proceder com arranjos antes de chegar à região”, reafirma o texto. “Caso o relacionamento comece após o estrangeiro chegar à região, então um oficial da COGAT deve ser informado por escrito dentro de 30 dias do início do relacionamento. Um requerimento deve ser ainda enviado à Autoridade Palestina (AP) para formalizar o status”.

Jessica Montell, diretora executiva da ong israelense HaMoked, que apelou no judiciário sionista contra as novas regras, declarou à BBC: “Trata-se de engenharia demográfica da sociedade palestina, para isolá-la do mundo exterior”.

“É assim que tornam dificílimo que as pessoas venham, trabalhem, invistam, ensinem e estudem nas instituições palestinas”, concluiu Montell.

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