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B’Tselem condena Israel por ataques a funerais palestinos

Soldados israelenses atacam a procissão funeral de um jovem de 17 anos morto a tiros pela ocupação, em Ramallah, Cisjordânia ocupada, 3 de junho de 2022 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

A ong B’Tselem – ou Centro de Informação Israelense para Direitos Humanos nos Territórios Ocupados – denunciou o estado sionista por ataques a funerais palestinos.

Além da ofensiva brutal contra o velório de Shireen Abu Akleh – repórter da Al Jazeera baleada em serviço por soldados da ocupação –, em 13 de maio, a B’Tselem relatou outros três ataques.

“Durante o funeral [de Shireen], a polícia israelense e agentes de fronteira agrediram as pessoas que carregavam o caixão e outros indivíduos presentes na ocasião”, destacou a B’Tselem. “Vídeos de tamanha violência circularam no mundo todo e atraíram críticas e indignação. Israel, contudo, permaneceu impassível”.

“Segundo relatos da imprensa, uma investigação interna da polícia israelense foi lançada com a promessa de que nenhum agente envolvido seria indiciado ou submetido a ações disciplinares”, prosseguiu a denúncia.

O grupo documentou outros três funerais palestinos atacados por soldados e policiais sionistas, cuja consequência é impedir os enlutados de realizar a cerimônia conforme seus valores e suas tradições.

Os ataques ocorreram contra o funeral de Walid al-Sharif (23 anos), em 16 de maio, na cidade de Jerusalém Oriental; Ghufran Warasnah (30), em 1° de junho, no campo de refugiados de al-‘Arrub; e Nayfeh al-Tous, em 1° de julho, na região de Beit Ummar.

Vídeos e testemunhos coletados pela B’Tselem confirmam que agentes da ocupação investiram contra as famílias, amigos e simpatizantes com cacetetes, gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral e balas de borracha.

“A violência israelense durante os quatro funerais não é exceção”, reafirmou a denúncia, ao mencionar casos similares no passado. “Tais incidentes representam uma face do regime de apartheid imposto sistematicamente sobre os palestinos em luto”.

A B’Tselem condenou ainda a retenção de corpos de palestinos mortos pelas autoridades de Tel Aviv, com aval da Suprema Corte. “Israel mantém em custódia 103 palestinos mortos, incluindo nove menores, ao impedir as famílias de se despedir e enterrá-los adequadamente”.

LEIA: Outra jornalista morta por Israel, outro funeral atacado por soldados

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