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Agência alerta para severo déficit de trabalho em áreas rurais pelo mundo

Estudo concluiu que a exposição a químicos traz sérios riscos de saúde para produtores agrícolas especialmente crianças, mulheres grávidas e amamentando [PMA/Josh Estey]

Cerca de 80% das pessoas mais pobres do mundo vivem em áreas rurais. E muitas estão enfrentando um déficit severo de trabalho. A informação resulta de um estudo que tem a coautoria da Organização Internacional do Trabalho, OIT.

No documento, divulgado nesta quinta-feira, a agência da ONU cita segurança inadequada no trabalho, baixos salários, falta de estabilidade e horas extras em excesso com mulheres e jovens trabalhadores sendo os mais afetados.

Crianças, mulheres grávidas e amamentando

O novo relatório foi compilado pelo Escritório para Atividades dos Trabalhadores, Actrav na sigla em inglês, e a Organização Internacional do Trabalho, OIT.

O texto “Déficit de Trabalho Decente entre Trabalhadores Rurais” é baseado em 16 casos de estudo em 15 países de regiões como África, Ásia, Ásia Central, Europa e América Latina.

O estudo concluiu que a exposição a químicos traz sérios riscos de saúde para produtores agrícolas especialmente crianças, mulheres grávidas e amamentando.

As trabalhadoras estão desproporcionalmente representadas nos postos mais precários. As mulheres também tendem a ocupar posições mal pagas, e não qualificadas, sofrem brechas enormes de pagamento baseadas em gênero, e estão mais propensas a enfrentar assédio e abuso em comparação aos homens trabalhadores.

Dívidas com os patrões

O trabalho infantil, trabalho forçado e dívidas que deixam as pessoas em condições análogas a de escravidão e prisão seguem acontecendo. Até 95% das crianças em trabalhos perigosos atuam na agricultura principalmente em plantações de cacau, tabaco e óleo de palma.

LEIA: Mudança climática ameaça empregos dos agricultores das zonas úmidas da Tunísia

O trabalho forçado segue ocorrendo em alguns setores e geralmente em situações de dependência dos empregadores.

Já o diálogo social fraco e barreiras para acessar organizações trabalhistas continuam a ser enfrentados pelos empregados. Em muitas áreas, não existem sindicatos, e existe preocupação com a falta de participação de trabalhadores autônomos e mulheres.

Mulheres em área rural de Angola [FAO Angola
]

Recomendações e melhorias

A proteção social para os empregados permanece um sonho, em muitos casos.

Os organizadores do estudo recomendam o fortalecimento de administração trabalhista em áreas rurais econômicas assim como melhorias da capacidade em economias no campo, sindicatos de trabalhadores e organizações de base.

Outra proposta é a adesão e ratificação das Convenções relevantes da OIT e tratados internacionais. Para a agência da ONU, é preciso fortalecer também a preparação para crises, proteção social e realizar mais pesquisas para melhor entender a resposta aos desafios dos trabalhadores na agricultura.

Publicado originalmente em ONU News

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