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Jordânia diz que grupos ligados ao Irã na Síria tentam intensificar contrabando de drogas ao longo da fronteira

Mais de 127 sacos plásticos cheios de uma droga viciante chamada Captagon estão prontos para destruição após serem apreendidos pelos EUA e parceiros da Coalizão no sul da Síria, em 31 de maio de 2018 [Exército dos EUA/WIkipedia]

A Jordânia disse, na segunda-feira (23), que unidades do exército sírio pró-iraniano e milícias leais a Teerã estão intensificando suas tentativas de contrabandear centenas de milhões de dólares em drogas através da fronteira jordaniana para os ricos mercados do Golfo, informou a Reuters. O exército jordaniano disse que está se preparando para uma escalada de confrontos com contrabandistas armados que tentam despejar grandes quantidades de drogas ao longo do terreno acidentado da fronteira com a Síria.

“Estamos enfrentando uma guerra ao longo das fronteiras, uma guerra às drogas liderada por organizações apoiadas por partidos estrangeiros”, disse o porta-voz do Exército, coronel Mustafa Hiari, à TV estatal Al Mamlaka. “Essas milícias iranianas são as mais perigosas, porque visam a segurança nacional da Jordânia.”

O Reino Hachemita confirmou que quatro contrabandistas foram mortos pelo exército no domingo no último confronto ao longo da fronteira que deixou pelo menos 40 infiltrados mortos e centenas de feridos desde o início do ano. Eles eram principalmente nômades empregados por milícias ligadas ao Irã que dominam o sul da Síria.

A Jordânia é tanto um destino quanto uma rota de trânsito principal para drogas que vão para os países ricos em petróleo do Golfo, especialmente a anfetamina barata fabricada na Síria, conhecida como captagon. A Síria devastada pela guerra tornou-se o principal local de produção da região para um comércio multibilionário também destinado à Europa. O regime do presidente sírio, Bashar Al-Assad, nega envolvimento na fabricação e no contrabando de drogas.

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O aumento acentuado das tentativas de contrabando forçou a Jordânia a mudar as regras de combate do exército ao longo da fronteira, dando aos militares a autoridade para usar força esmagadora.

O rei Abdullah disse, na semana passada, que teme que uma retirada russa do sul da Síria como resultado da guerra na Ucrânia permita que milícias apoiadas pelo Irã preencham o vazio. A crescente influência das milícias apoiadas pelo Irã no sul da Síria nos últimos anos, incluindo o Hezbollah do Líbano, já alarmou tanto Jordânia quanto Israel.

Autoridades jordanianas dizem que suas preocupações com o aumento alarmante foram levantadas com as autoridades sírias, mas não viram nenhuma tentativa real de reprimir o comércio ilícito. “Nossas exigências sempre foram que as forças fizessem seu trabalho, mas até agora não sentimos que temos um parceiro real na proteção das fronteiras”, disse o general de brigada Ahmad Khleifat, chefe da segurança de fronteira, ao jornal Al-Glad. “As operações de contrabando estão recebendo apoio de elementos do exército sírio e suas agências de segurança, bem como do Hezbollah e das milícias iranianas presentes no sul da Síria”.

De acordo com as autoridades jordanianas, nos últimos cinco meses, mais de 20 milhões de comprimidos captagon foram confiscados de contrabandistas, em comparação com 14 milhões em todo o ano passado.

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